O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a defender nesta quinta-feira (26) os resultados econômicos do governo de Michel Temer, durante palestra a empresários e investidores em São Paulo. Um dia após a Câmara dos Deputados rejeitar a abertura de investigação contra o presidente, ele voltou a defender a reforma da Previdência, embora o resultado desta quarta-feira (25) mostre que o Planalto vai precisar se esforçar para alcançar os votos necessário para mudar as regras de aposentadoria.
Em palestra a grupo de empresários organizado pela Câmara Brasil-Alemanha, Meirelles afirmou que a "economia brasileira voltou a crescer de forma sustentável", com destaque para a queda dos juros e a redução do nível de desemprego.
— A confiança continua a aumentar, o que sinaliza muito bem para a atividade econômica à frente. Mantendo isso, teremos um crescimento cada vez maior. Hoje, o Brasil já está criando empregos em termos líquidos. Com uma geração de vagas maior do que o desemprego.
O ministro atribui a melhora a uma "plataforma de reformas que o governo do presidente Michel Temer projeta no País”. Ele cita como exemplos o teto de gastos e a reforma trabalhista, já aprovadas pelo Congresso, além das mudanças nos sistemas previdenciário e tributário que o governo pretende implementar.
Previdência
Ao citar a reforma do sistema de aposentadorias do País, Meirelles disse que o Brasil se tornará "inadministrável" em 10 anos caso a reforma não passe.
— Daqui a 10 anos, vamos ter 80% do Orçamento apenas com a Previdência. O governo vai existir para pagar a Previdência. Evidentemente, isso torna o País inadministrável.
Ao fazer a afirmação, o ministro disse que 55,6% do Orçamento nacional está comprometido com despesas previdenciárias. O pagamento de projetos de todas as outras áreas, incluindo saúde, educação e programas sociais, é feito com os 45,4% restantes.
— Estamos trabalhando em amplas reformas visando aumentar a eficiência da economia, tornando o País mais produtivo e aumentando sua capacidade de aumentar emprego e renda.
Aprovar a reforma da Previdência, no entanto, será um desafio, já que são necessários 308 votos de deputados. Na votação de ontem no Congresso, Temer conquistou 251 votos favoráveis, ante 231 contrários.