Número de nascimentos cai pelo quarto ano seguido, e quantidade de mortes também registra queda
Apesar do recuo dos óbitos, valor é superior ao do último ano pré-pandemia, quando foram registradas 1,3 milhão de mortes
Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
O Brasil registrou 1,52 milhão de mortes em 2022. O número é 15% menor (-281 mil mortes) em relação a 2021, auge da pandemia de Covid-19. Naquele ano foram registradas 1,7 milhão de mortes, o maior valor desde o início da série histórica, em 1974. Apesar da queda, o valor ainda é superior ao de 2019, último ano pré-pandemia, quando houve 1,31 milhão de óbitos.
As informações divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) integram as Estatísticas do Registro Civil. A diminuição acompanhou o recuo das mortes ocasionadas pela pandemia e a ampliação do número de pessoas que completaram o esquema vacinal.
Em 2020, o número de óbitos havia chegado ao seu patamar mais elevado (1,5 milhão). Com a continuidade da pandemia, o número de mortes em 2021 teve aumento superior ao de 2020.
Na comparação com 2019, a alta foi de 187 mil mortes (+14,2%). Em 2022, os meses que apresentaram maior queda relativa no número de mortes foram março (-41,4%, o correspondente a 83 mil casos) e abril (-40,2%, 76 mil).
O IBGE informou que o início de 2022 foi marcado pela terceira onda da pandemia de Covid-19 no Brasil, provocada pela variante ômicron, e de uma epidemia de influenza A, responsável pelo aumento das mortes entre idosos no período.
Nascimentos
O número de nascimentos também registrou queda. Foram 2,6 milhões de registros em 2022, 3,5% a menos (-93 mil) do que em 2021. Este é o quarto ano consecutivo de recuo na série histórica.
A queda nos registros foi superior à média nacional nas regiões Nordeste (-6,7%) e Norte (-3,8%) e inferior nas regiões Sudeste (-2,6%), Centro-Oeste (-1,6%) e Sul (-0,7%).
Entre os estados, a Paraíba apresentou a maior queda (-9,9%), seguida pelo Maranhão (-8,5%), Sergipe (-7,8%) e Rio Grande do Norte (-7,3%). Santa Catarina (2,0%) e Mato Grosso (1,8%) foram os únicos estados que apresentaram aumento de registros de nascimentos.
A maior frequência de nascimentos registrados ocorreu em março (233 mil), seguido por maio (230 mil). Outubro foi o mês com o menor número de nascimentos (189 mil).
"A redução da natalidade e da fecundidade no Brasil, sinalizada pelos últimos censos demográficos, somada, em alguma medida, aos efeitos da pandemia são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no país nos últimos anos", diz o IBGE.
O estudo mostra que, apesar de a maior quantidade de nascimentos ocorre entre mães na faixa de 20 a 29 anos de idade, o percentual de nascimentos vindos desse grupo etário diminuiu de 53,1%, em 2010, para 49,2%, em 2022.