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Nippon Steel pede para CVM investigar Ternium em disputa no conselho da Usiminas

Economia|Do R7

SÃO PAULO (Reuters) - A Nippon Steel afirmou nesta terça-feira que pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para investigar atos do grupo Ternium Techint envolvendo disputa no conselho de administração da Usiminas, maior produtora de aços planos do Brasil.

O pedido do grupo japonês, que divide com a Ternium Techint o controle da Usiminas, inclui membros do conselho de administração da siderúrgica indicados pelo grupo ítalo-argentino.

A Nippon Steel afirmou no comunicado enviado à imprensa que considera que "Ternium Techint não age em favor dos melhores interesses da Usiminas".

A rixa entre os dois grupos se tornou pública com a demissão no final de setembro do presidente-executivo da Usiminas, Julián Eguren, e de dois altos executivos indicados pela Ternium Techint.


A demissão dos executivos ocorreu após votação que terminou sendo desempatada pelo presidente do conselho da Usiminas, Paulo Penido, indicado pelo grupo Nippon, em 25 de setembro.

Representantes da CVM e da Ternium Techint não puderam comentar o assunto de imediato.


Desde a retirada dos executivos da diretoria da Usiminas, o grupo Ternium Techint tenta reverter a decisão do conselho de administração da empresa.

Porém, a Justiça de Minas Gerais já deu ganho de causa duas vezes ao grupo Nippon, que afirma que os executivos foram demitidos por recebimento de pagamentos da empresa que não teriam sido sujeitos à deliberação pelo conselho de administração da siderúrgica.


Os valores envolvidos seriam de cerca de 1 milhão de reais. Para a Ternium, a Nippon rompeu acordo de acionistas ao usar a situação para ganhar controle sobre a gestão da Usiminas.

Segundo comunicado da Nippon nesta terça-feira, Penido tem contrato de consultoria com o grupo japonês "para assuntos relacionados à estratégia, riscos e ambiente de negócios na América Latina, especialmente em temas ligados ao mercado siderúrgico".

A reunião do dia 27 foi encerrada sem um acordo sobre a composição da diretoria executiva definitiva da companhia. Segundo fonte próxima do assunto, apesar do impasse entre Nippon e Ternium não estar gerando problemas para a operação da Usiminas, um acordo entre os dois grupos ainda deve demorar para acontecer.

O grupo japonês afirmou que segue disposto a negociar a solução do conflito, mas que "não pode aceitar o retorno de um executivo afastado por recebimento de valores indevidos". A Nippon propôs uma lista de candidatos para a diretoria da Usiminas, e a Ternium fez o mesmo, incluindo o ex-diretor industrial demitido em setembro Marcelo Chara.

Outro tema rejeitado na reunião dos grupos no final de novembro foi exigência da Nippon para a criação de mecanismo de solução de impasses "para situações especiais como a nomeação do diretor-presidente, a fim de evitar cenários semelhantes ao enfrentado recentemente", afirmou o grupo japonês.

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(Por Alberto Alerigi Jr., edição de Luciana Bruno)

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