A Receita Federal anunciou nesta semana uma facilidade para os brasileiros que precisam declarar o Imposto de Renda em 2020. Para utilizá-la, no entanto, é preciso ter o certificado digital de uma empresa cadastrada pelo Fisco.IR 2020: Receita libera programa para preenchimento da declaração O contribuinte que já tem ou quiser adquirir o certificado poderá ver a declaração semipronta com o pré-preenchimento das informações que já estão na base de dados da Receita: bens, doações, rendimentos recebidos, tributáveis ou não. Até 2019, o contribuinte precisava preencher todos os valores recebidos por sua empregadora, copiando informações como CNPJ, nome e infindáveis números sem o direito de errar. Todos esses dados, e vários outros, já estarão lá para quem tiver o software. Não tem um? Sem problemas. É possível comprá-lo e já utilizá-lo na declaração deste ano, que precisa ser entregue entre os dias 2 de março e 30 de abril. A comodidade vai agilizar o trabalho de preenchimento e tem como principal objetivo evitar que vários brasileiros acabem na malha fina, por eventuais erros na declaração. Outro benefício, além da precisão, é a redução dos riscos de se esquecer comprovantes (e são muitos) que podem ser cobrados futuramente pelo Fisco. Leia também: Enviar declaração no início pode acelerar restituição O certificado é a uma identidade digital, com validade legal, para pessoa física (e-CPF) ou jurídica (e-CNPJ). Ele garante, segundo o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), autenticidade, confidencialidade e integridade nas operações eletrônicas. Na Certisign, o certificado para pessoa física pode custar de R$ 89 (por um ano, salvo em um dispositivo móvel) a R$ 579 (cinco anos, salvo na nuvem). Na Serasa Experian, o valor vai de R$ 155 (um ano, arquivo digital) a R$ 404 (três anos, token). Além de facilitar a declaração do IR, eles são úteis em uma série de outras burocracias, permitindo ao cidadão resolver eletronicamente problemas e exigências sem que tenha de ir, fisicamente, aos órgãos responsáveis. O passo a passo para comprar o programa digital, detalha a ITI, é bem simples: 1) Escolha a empresa (Autoridade Certificadora) cadastrada pela Receita (veja aqui a relação); 2) Escolha o seu tipo de arquivo e pague o valor cobrado pela certificadora (varia de acordo com a empresa). São eles: A1: validade de um ano – armazenado no computador; A3: validade de até cinco anos – armazenado em cartão ou token criptográfico. 3) Agende o dia e horário de comparecimento na Autoridade de Registro (AR) — o contribuinte precisa ir, pessoalmente, para levar os documentos obrigatórios, levar foto e fazer o cadastramento biométrico. 4) Após a verificação de todos os documentos e a confirmação da identidade do solicitante na AR, o certificado já estará pronto. – No caso do tipo A1, o cliente será orientado sobre os procedimentos para baixar o arquivo; – No caso do A3, ele é entregue em cartão ou token na própria AR. De acordo com os números da ITI, atualmente há 9.046.928 certificados digitais ativos no Brasil, 44% deles emitidos para pessoas físicas. Inovação Segundo o subsecretário da Receita Federal, Decio Rui Pialarissi, a facilidade anunciada para este ano coloca o país entre os mais avançados do mundo. "A partir de agora a declaração já vem pré-preenchida com os dados que a Receita tem. Isso está em linha com as Receitas do mundo", afirmou. Para Joaquim Adir, supervisor nacional do Imposto de Renda da Receita, a declaração pré-preenchida ajudará o contribuinte a evitar erros. "Quem tiver certificado digital no próprio programa faz a pré-preenchida. Ele pode ajustar, acrescentar e excluir. Isso ajuda muito aquele que quer ter cuidado maior para evitar erro na entrega. Antes ele precisava entrar no E-cac da Receita e gerar um arquivo. Hoje, o programa faz isso por ele", explicou.