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Para Cisco 'Internet for Everything' transformará mundo do trabalho

Economia|Do R7

San Jose (EUA), 11 dez (EFE).- A Cisco, empresa líder mundial em soluções de rede, acredita que o mundo do trabalho será transformado em função da possibilidade de automatização de metade dos processos atualmente manuais, proporcionada pelas mudanças relacionadas à "internet de todas as coisas". Baseada em estudos e números divulgados na Conferência Global de Editores, que acaba nesta quinta-feira, a Cisco, sediada na cidade de San Jose, na Califórnia, está convencida que a "Internet de todas as coisas" trará uma grande transformação. A IoE (Internet of Everthing) é um produto da conexão entre as "coisas" (todos os aparelhos conectados), pessoas, dados e processos. Ao entrar na sede da companhia, o visitante já pode identificar as mudanças anunciadas. A recepcionista, com quem a interação se dá através de uma tela, não é virtual, mas também não está fisicamente presente. Deste modo, ela pode trabalhar de casa ou de qualquer outro ponto da empresa. Na Universidade Estadual de San Jose (SJSU), na capital do Vale do Silício, a tele presença, que vai além da teleconferência, é utilizada, assim como muitas outras soluções tecnológicas. O aluno que assiste aulas por telepresença tem a sensação de estar frente a frente com o professor, porque é possível eliminar o efeito "tela" através da perfeita reprodução da sala de aula ou de outro local, onde o aluno estiver. O presidente da instituição, Mohammad Qayouni, disse que os estudantes da SJSU dispõem de um verdadeiro "aparato" tecnológico para enfrentar os desafios do futuro. Além do lucro para as empresas, Qayouni enumerou os benefícios que a IoE pode trazer para as pessoas, como a redução a zero do número de vítimas de acidentes de trânsito, acabar com o desperdício de água, conter a disseminação de doenças contagiosas e possibilitar que idosos, doentes, por exemplo, sejam capazes de voltar para casa sem risco de se perder. A formação será essencial para tirar o máximo proveito dessas internet para tudo, que ainda tem muito terreno para conquistar. Apenas 39% da população mundial tem acesso à internet, e as "coisas" conectadas somam "apenas" 13 bilhões. Estima-se que em 2020 haja cerca de 50 bilhões em todo o mundo. Segundo os dados da Cisco, a demanda por profissionais capacitados em tecnologias da informação (TI) e em comunicação superará em 35% a oferta de 2015. A companhia, que apoia programas de formação para a IoE, registrou a inscrição de um milhão de estudantes em 2014, espalhados por 170 países. Este programa busca capacitar as pessoas para que elas possam tirar proveito das grandes oportunidades que estão por vir neste ramo. Em entrevista concedida a jornalistas do mundo inteiro, a empresa afirmou que em dez anos a IoE pode agregar até US$ 19 trilhões ao produto bruto global. Para dimensionar a representação deste valor, o vice-presidente sênior de operações de campo em nível mundial da Cisco, Chuck Robbins, explicou que o montante seria equivalente a soma do produto interno bruto da China com o dos EUA. Cerca de 200 mil estudantes na América Latina e no Caribe já participaram dos programas apoiados pela Cisco. O México lidera a lista, com quase 50 mil participantes e logo atrás está o Brasil, com 28 mil. Um estudo produzido pela Zebra Technologies e dirigido pela Forrester Research, mostra que a implantação da IoE cresceu 333% no mundo empresarial desde 2012. Entre os participantes da pesquisa, 65% afirmam ter implantado tecnologias IoE em suas empresas em 2014, enquanto apenas 15% em 2012. De acordo com a Cisco, a IoE tem potencial para automatizar até metade dos processos que atualmente são manuais. Não se trata somente de conectar "coisas", mas de captar aspectos e informação de valor nessas conexões. Um estudo realizado pela Cisco com executivos de empresas de tecnologias da informação e de outras vinculadas ao setor em 16 países - entre eles o Brasil, mostra que 40% acreditam que os esforços para que a soluções das IoE sejam efetivas devem ser concentrados no momento da administração dos dados obtidos pelos aparelhos conectados. Para 27% dos entrevistados, o esforço deve ser direcionado para a modernização dos processos operacionais e do negócio, 20% disseram que as prioridades devem estar na formação das pessoas e no desenvolvimento de sistemas "amigáveis" e apenas 13% indicaram o empenho deveria se dar no desenvolvimento de aparelhos mais exatos, para que a captação de dados seja de fato útil. Os executivos que responderam a pesquisa compreenderam que conectar coisas não é um fim em si mesmo. "O valor primordial que a IoE cria é resultado direto dos dados obtidos dos aparelhos conectados e da informação resultante, que levam à transformação operacional e do negócio", destacou o estudo. Ao longo da Conferência Global de Editores, que começou nesta terça-feira, a Cisco apresentou exemplos concretos de empresas que já estão obtendo benefícios e economizando custos graças as soluções de IoE. Um desses exemplos é da mineradora australiana, Dundee Precious Metals, que instalou internet em 50 km de túneis e vinculou dispositivos de localização nos mineiros. A implantação trouxe, além da melhoria na segurança das minas, um aumento de 400% na produtividade, por causa da redução de gastos com energia e comunicação e da melhora na utilização de ativos. A intenção inicial era de aumentar a produtividade em 30%. EFE ar/lvp/cd

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