Previsão de inflação para 2022 recua a 7,11%, mostra BC
Mesmo com queda, previsões do mercado financeiro seguem acima do teto da meta estabelecida pelo governo para o período
Economia|Do R7
Pela sexta semana consecutiva, o mercado financeiro reduziu as expectativas de inflação para 2022. Com a atualização divulgada nesta segunda-feira (8) pelo BC (Banco Central), a previsão de alta dos preços foi cortada de 7,15% para 7,11%.
Há quatro semanas, a expectativa era de um salto para 7,67% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no acumulado dos 12 meses finalizados no próximo mês de dezembro.
As previsões menores para a inflação surgem no momento em que estados reduzem a alíquota do ICMS sobre gasolina e energia elétrica — após o governo federal ter zerado o PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano. Na avaliação das instituições, o alívio deve ser sentido no bolso das famílias até o fim de 2022.
Mesmo menor, a nova expectativa representa que o IPCA chegará ao fim deste ano acima da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%).
O próprio BC já admite que o índice oficial de preços vai furar o teto da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) pelo segundo ano seguido, conforme dados apresentados na última edição do RTI (Relatório Trimestral de Inflação). Segundo o documento, a possibilidade de a inflação superar o teto da meta em 2022 é de 100%.
O novo furo do teto da meta também é previsto pelo governo federal, que revisou para 7,9% a expectativa de inflação para este ano, de acordo com projeções apresentadas pelo Boletim Macrofiscal, divulgado pelo Ministério da Economia.
Com a nova previsão, a expectativa para o dólar segue em R$ 5,20. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos de saúde, a expectativa passou de -0,75% para -0,92% neste ano. Há quatro semanas, a aposta era de uma alta na casa dos 2,2%, mas no período ainda não havia a redução dos tributos sobre os combustíveis em razão do corte dos impostos.
Para 2023, a previsão para o índice oficial de preços aumentou pela 18ª semana seguida, para 5,36%, aposta também acima da meta definida para o ano que vem. Já para 2024 e 2025, as expectativas para o IPCA permaneceram em, respectivamente, 3,3% e 3%.