Queda da produção industrial em abril é puxada por dez localidades
Resultado negativo foi impulsionado pela queda da atividade no Amazonas. Rio Grande do Sul teve o maior avanço, mostra IBGE
Economia|Do R7

A queda de 0,6% da produção industrial no mês de abril foi ocasionada pela perda de ritmo do setor em dez dos 15 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As maiores influências responsáveis pelo dado que aumentou a distância do segmento responsável por 20% do PIB nacional foram o Amazonas e Pernambuco, onde a atividade desabou 14,2% e 5,5%, respectivamente.
Por outro lado, o Rio Grande do Sul (2,2%) teve o avanço mais elevado. Na comparação entre abril de 2023 e abril de 2022, a indústria nacional, que recuou 2,7%, foi acompanhada por 12 dos 18 locais pesquisados.
Bernardo Almeida, analista da PIM (Pesquisa Industrial Mensal) Regional, avalia que o espalhamento da retração da indústria é reflexo de uma atmosfera ainda de incertezas no setor”. “A conjuntura que o país atravessa, uma inflação ainda elevada, um desemprego ainda em um patamar considerado alto, com contratações ainda aquém do necessário impacta diretamente o poder de compra das famílias, e por consequência, a cadeia produtiva da indústria.”
Local com maior queda, o Amazonas também teve a maior influência no resultado nacional. A queda em abril interrompe quatro meses consecutivos de crescimento na produção, quando acumulou ganhos de 22,3%.
“Essa retração é explicada pelo desempenho aquém do setor de equipamentos informática e de eletrônicos, bastante influentes no estado” afirma Almeida. Outras atividades também impactaram o resultado da indústria amazonense, como de bebidas e de outros equipamentos de transportes.
Embora tenha apresentado a segunda maior queda do mês, Pernambuco foi apenas o quinto estado em influência. O resultado negativo de abril vem após três meses de taxa positiva, que resultaram em um ganho acumulado de 33,5%. "Houve pressão dos setores de veículos e o de alimentos”, diz o analista.
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A indústria de Minas Gerais recuou 3% no mês, e foi a segunda em influência negativa. A queda na passagem de março para abril elimina parte dos ganhos do mês anterior. O desempenho da produção mineira foi afetado pelo setor de produtos químicos e pelo de veículos.
Ceará (-3,7%),Região Nordeste (-2,4%), Paraná (-2,2%), Rio de Janeiro (-1,8%), Goiás (-1,5%) e Espírito Santo (-1,2%) foram outros locais que apresentaram quedas mais intensas do que a média nacional.
Principal parque industrial do país, São Paulo teve retração de 0,2% puxada pelas atividades de veículos, de máquinas e equipamentos e de produtos químicos. Com esse resultado, a indústria paulista se mantém 24,9% abaixo do patamar mais alto da série (março de 2011) e 3,2% abaixo do patamar pré-pandemia.
Altas
Pelo lado das altas, o Rio Grande do Sul teve principal crescimento, sendo a única influência nacional positiva. O estado gaúcho marcou a segunda taxa positiva consecutiva, acumulando alta de 8,1% em março e abril. A indústria do estado teve influência dos setores de derivados de petróleo e, secundariamente, de produtos do fumo.
Com isso, a produção industrial gaúcha está 1,9% abaixo do patamar pré-pandemia e 14,8% abaixo do patamar mais alto da série (outubro de 2013). Santa Catarina (1,1%), Bahia (1,1%), Pará (0,3%) e Mato Grosso (0,1%) apresentaram as demais altas de abril.