Saiba como tornar o parcelamento um aliado na hora das compras
Orçamento doméstico ajuda a definir o melhor momento para as compras e o valor máximo que as parcelas pedem ter, orienta educadora financeira
Economia|Do R7
A fala do presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, sobre os estudos para extinguir o rotativo do cartão de crédito e mudar as compras parceladas sem juros tem preocupado muitos consumidores que usam as modalidades no dia a dia.
Amplamente criticada por bancos e associações que representam os ramos do comércio e serviços, a proposta pelo fim das compras a prazo foi também rechaçada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“O parcelado sem juros responde por mais de 70% das compras feitas no comércio. Temos de ter muito cuidado para não afetar o setor e gerar outro problema para resolver o primeiro”, avalia o ministro.
Renata Cavalheiro, diretora da empresa de planejamento financeiro Prosperus, afirma que o parcelamento pode ser um aliado, desde que exista um orçamento doméstico que reflita com precisão a situação financeira da família. "Evite fazer contas mentais", ressalta.
Segundo a educadora financeira, o primeiro passo vai auxiliar nas definições sobre as compras a prazo. "O orçamento doméstico auxiliará nas suas decisões, como o melhor momento para realizar a compra e o valor máximo que a parcela poderá ter", diz Renata.
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Ela explica ainda que é necessário considerar possíveis imprevistos. "Se o parcelamento for de longo prazo, é muito importante ter uma reserva de emergência", defende. Outra estratégia listada pela educadora financeira é postergar a compra e investir o valor das parcelas. Segundo Renata, a mudança de planos permite negociar um desconto na compra à vista.
A defesa do BC pelo fim do crédito rotativo leva em conta a elevada taxa de juros cobrada pela modalidade, de 437,3% ao ano, segundo dados de julho do Banco Central. Uma das propostas visa que a taxa seja limitada a 9% ao mês.
"A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento. Que seja uma taxa ao redor de 9% [ao mês]. Você extingue o rotativo. Quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento, ao redor de 9% [ao mês]", declarou Campos Neto em sabatina no Senado.