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Haddad defende cuidado com ideia de fim do parcelamento sem juros para não gerar 'outro problema'

O ministro defendeu a modalidade, que representa mais de 70% das compras no comércio; presidente do BC sugeriu frear modelo

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília


Fernando Haddad: 'Temos de ter muito cuidado'
Fernando Haddad: 'Temos de ter muito cuidado'

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda-feira (14) a manutenção do parcelamento sem juros nas compras com cartão de crédito. Nos últimos dias, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que estuda frear o uso da modalidade, por meio de uma nova tarifa. No entanto, empresas e bancos temem a possibilidade.

A mudança foi citada por Campos Neto como uma possível solução para as altas taxas cobradas no rotativo. A linha de crédito é considerada a mais cara do país, com juros médios de mais de 437% ao ano.

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O parcelado sem juros responde por mais de 70% das compras feitas no comércio. Temos de ter muito cuidado para não afetar as compras no comércio e gerar outro problema para resolver o primeiro.

(Fernando Haddad, ministro da Fazenda)

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Haddad afirmou que os bancos, o governo federal e o Banco Central concordam em preservar os setores que dependem do parcelamento sem juros. "Há consenso para não prejudicar o comércio nem as famílias que usam o parcelado sem juros para equacionar seu orçamento mensal. Nem todo mundo tem disponibilidade para fazer compras à vista", avaliou.

Para o ministro, o foco dos trabalhos, no momento, é o crédito rotativo, "que não pode continuar como está".


Tenho o compromisso dos bancos públicos e privados de que essa negociação [de solução para o rotativo] tem prazo para terminar [90 dias]. Isso tem de ter prazo para terminar. O rotativo é um problema.

(Fernando Haddad, ministro da Fazenda)

Entenda

Durante uma sabatina no Senado na semana passada, Campos Neto afirmou que está sendo estudada a possibilidade da criação de uma tarifa para desestimular o parcelamento sem juros de longo prazo no cartão de crédito.

"Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que ele fique um pouco mais disciplinado", comentou. Atualmente, as compras com cartão de crédito respondem por 40% do consumo brasileiro.


Também no Senado, o presidente do Banco Central afirmou que os juros rotativos do cartão de crédito são "um grande problema" e ressaltou que a ideia é que o crédito seja direcionado diretamente para um parcelamento da dívida com taxa de juros menor, em torno de 9% ao mês.

"A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento. Que seja uma taxa ao redor de 9% [ao mês]. Você extingue o rotativo. Quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento, ao redor de 9% [ao mês]", declarou.

Críticas

A ideia de Campos Neto de frear o parcelamento de compras sem juros por meio de uma taxa pode atrapalhar a retomada econômica do Brasil, como afirma o economista Gelton Pinto Coelho.

Para o especialista, o aumento de custos sobre o parcelamento pode levar as famílias a consumir menos. "Neste momento de retomada da economia, precisamos de mais circulação de moeda, de mais empregos e renda", avalia.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou nesta segunda-feira que o parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito deve ser mantido. Em nota, a entidade disse que não defende a ideia de acabar com a modalidade, mas sim a necessidade de um reequilíbrio do custo e do risco de crédito.

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