Servidores do Banco Central iniciam greve de 48h e divulgação de boletim é adiada
Funcionários reivindicam reajuste de 36% nos salários e reestruturação da carreira; serviços essenciais não serão afetados
Economia|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
Os servidores do BC (Banco Central) iniciaram nesta terça-feira (20) uma paralisação de 48 horas reivindicando um reajuste de 36% nos salários e reestruturação da carreira. Segundo o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), a greve não vai afetar o funcionamento de serviços essenciais, como o Pix e compra e venda de títulos públicos. O BC adiou para esta quinta (22) a divulgação do Boletim Focus.
No último dia 9, os servidores rejeitaram a proposta do governo de conceder reajuste de 13%, parcelado para 2025 e 2026, e aprovaram a paralisação durante assembleia. Em nota, o sindicato afirmou que o “objetivo é demonstrar a insatisfação e a unidade da categoria na busca por uma proposta satisfatória do governo quanto à pauta de valorização da carreira de especialista”.
Com a paralisação, que abrange pelo menos metade dos servidores, foi decidido que os funcionários deveriam entregar os cargos comissionados, o que incluiria cargos de gerências e diretorias, a fim de “provocar uma asfixia operacional e burocrática no órgão, como forma de pressionar o governo a atender às demandas da categoria”.
Ainda é exigido pelos servidores a obrigatoriedade de nível superior para o cargo de técnico, a mudança de nome do cargo de analista para auditor e a criação de uma “retribuição por produtividade institucional”, semelhante à existente para os auditores-fiscais da Receita Federal.
Segundo a tabela de remuneração dos servidores, disponibilizada pelo Banco Centrral, técnicos de nível médio e classe A tem um salário inicial de R$ 7.938,81. Analistas e procuradores têm remuneração inicial de R$ 20.924,80 e R$ 21.014,49, respectivamente.