Trabalhadores domésticos tiveram 62,6% de aumento de renda em dez anos
Rendimento médio do brasileiro passou a ser de R$ 1.929,03 entre 2003 e 2013
Economia|Do R7

Os trabalhadores domésticos (empregada doméstica, babá, cozinheira, faxineira, jardineiro, motorista particular) foram os que apresentaram o maior aumento de renda entre 2003 e 2013. O ganho no período foi de 62,6%.
Apenas no último ano, o aumento foi de 8,2%, quando o rendimento médio real passou de R$ 779,06 (dez/2012) para R$ 843,30 (dez/2013).
Os dados foram divulgados na PME (Pesquisa Mensal do Emprego) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (30).
Além do aumento do rendimento, esses trabalhadores também tiveram mais direitos garantidos. Em abril do ano passado, foi assinada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das Domésticas, lei que trouxe alguns benefícios. Atualmente, já é obrigatório o empregado doméstico ter carteira assinada, salário mínimo, 13º salário e férias. Porém ainda não está em vigor outros direitos previstos pela PEC como FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), auxílio-creche e pré-escola para filhos e dependentes com até seis anos de idade, seguro contra acidentes de trabalho, entre outros.
Outras atividades
Já entre 2012 e 2013, as atividades que apresentaram ganho no rendimento foram: construção (3,7%, subindo para R$ 1.658,75); indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (2,4%, aumentando para R$ 2.010,79); comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (1,4%, indo para R$ 1.525,36); serviços prestados às empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (0,8%, ficando em R$ 2.431,13); outros serviços — alojamento, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais (0,6%, indo para R$ 1.676,90) e educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (0,3%, ficando em R$ 2.628,34).
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Persistência das desigualdades
No geral, o rendimento médio do brasileiro aumentou em dez anos passando a ser de R$ 1.929,03, o mais alto valor desde 2003. Porém os trabalhadores negros receberam cerca de R$ 1.374,79, enquanto os de cor branca, R$ 2.396,74, o que demostra que a desigualdade continua.
Empregados com carteira assinada
Segundo o IBGE, metade dos trabalhadores ocupados em 2013 (50,3%) estava empregada com carteira assinada. O percentual vem aumentando ao longo dos anos, em 2009, eram 39,7% e em 2012, 49,2%.
Também aumentou o número de pessoas ocupadas que contribuíam para a Previdência. Em dez anos, o total de trabalhadores contribuintes atingiu 5,9 milhões.