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Trabalhadores dos Correios avaliam greve e ameaçam fluxo de entregas da Black Friday

Já aprovada no Tocantins, paralisação é avaliada nas cidades de São Paulo e Bauru (SP) e nos estados do Rio de Janeiro e Maranhão

Economia|Do R7

Tocantins já aprovou paralisação dos Correios
Tocantins já aprovou paralisação dos Correios

Os sindicatos dos Correios das cidades de São Paulo e Bauru (SP) e dos estados do Rio de Janeiro e Maranhão, representados pelo Findect (Federação Interestadual dos Empregados da Empresa Brasileira de Correios), colocam em votação até esta quinta-feira (23) uma proposta de início de greve por tempo indeterminado a partir da véspera da Black Friday.

O sindicato dos Correios em Tocantins já aprovou a paralisação, afirma o Findect, que mais cedo nesta quarta-feira afirmou que os trabalhadores dos outros locais já haviam se decidido pela greve. A decisão no Rio de Janeiro está prevista para acontecer ainda hoje. Em São Paulo, a assembleia está convocada para amanhã (23).

A movimentação dos trabalhadores ocorre em resposta ao que a federação chamou de recusa dos Correios em resolver questões relacionadas à assinatura de acordo coletivo. A Findect afirmou que representa "40% do efetivo nacional" dos Correios e "60% do fluxo postal do país". Atualmente, há 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios no Brasil.

"Um ponto crucial é a não incorporação de R$ 250 ao salário base, uma afronta direta aos trabalhadores que contradiz o que foi negociado na mesa de negociação coletiva", afirmou a entidade em comunicado à imprensa.


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"A proposta de pagamento desse montante em 'passos' não apresenta benefícios concretos e coloca em risco a estabilidade financeira da categoria", acrescentou a Findect, citando ainda a não realização do concurso público pelos Correios.

A entidade também afirma que a iminente tributação sobre uma bonificação combinada em janeiro entre empresa e sindicatos, de R$ 1.500, "representa um sério risco de redução substancial desses valores, agravando os prejuízos para os trabalhadores".

Em nota, os Correios afirmam que estão operando normalmente em todo o país. Veja a íntegra da nota a seguir:

"Os Correios estão operando normalmente em todo o País, com 100% dos empregados presentes, todas as agências abertas e todos os serviços disponíveis. Cinco dos 36 sindicatos dos Correios estão realizando assembleias, nos próximos dias, para decidir se haverá ou não paralisação parcial.

Medidas – A empresa já preparou uma série de medidas para garantir a normalidade dos serviços caso as assembleias desses cinco sindicatos aprovem paralisação parcial e pontual, entre elas: contratação de mão de obra terceirizada, realização de horas extras, deslocamento de empregados entre as unidades e apoio de pessoal administrativo.

Acordo – Pela primeira vez depois de 7 anos, em 2023 os Correios assinaram em mesa de negociação o Acordo Coletivo de Trabalho, que recuperou mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior.

Benefícios – Os Correios concederam aumento linear de R$ 250 para a maior parte do efetivo, ou seja, um aumento médio de 6,36% para mais de 71 mil empregados (83%), a partir de janeiro de 2024. Para parte dos empregados, o aumento chega a 12%.

Além disso, na segunda-feira (21), os Correios lançaram um programa de bolsa de estudos para que empregados de nível médio, como carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo cursem a graduação de sua escolha. Já são mais de 1.140 inscritos.

Veja parte dos outros benefícios do acordo:

• Aumento imediato nos benefícios de 3,53% – 100% do INPC, retroativo a agosto;

• Abonos de R$ 1 mil em 2023 e de R$ 1.500 em janeiro de 2024;

• Reembolso creche/babá de R$ 686,50;

• Licença paternidade de 20 dias;

• 50% de antecipação do 13º salário;

• Gratificação de quebra de caixa de R$ 256,22;

• Adiantamento de férias com desconto em 5 vezes;

• Remuneração e ticket mantidos por 90 dias para considerados inaptos pelo INSS;

• Ticket mantido até o retorno, em caso de acidente de trabalho;

• Abono-acompanhante de 6 dias;

• Adicional AADC para gestantes mantido a partir do 5º mês de gestação;

• Licença remunerada de 10 dias em caso de violência doméstica;

•Afastamento especial em caso de nascimento de bebê prematuro (para homens e mulheres);

• Horário especial de amamentação ampliado de 12 para 18 meses.

• Retorno da cláusula que prevê que os Correios arcarão provisoriamente com as multas de trânsito, relativas aos veículos da empresa, quando aplicadas nos percursos de coleta e entrega (cobrança só se não houver recurso por parte dele ou se for julgado improcedente);

• Licença maternidade de 6 meses;

• Auxílio-especial de até R$ 2.868,45;

• Abono saúde de 10 dias."

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