Zara depõe hoje em CPI sobre trabalho escravo em São Paulo
Grife espanhola foi responsabilizada em casos de condições degradantes de trabalho em 2011
Economia|Joyce Carla, do R7, com Agência Alesp

Os representantes legais da Zara no Brasil e donos da empresa foram convocados para depor, nesta quarta-feira (21), na CPI sobre o trabalho escravo da Assembleia Legislativa de São Paulo.
A empresa espanhola foi responsabilizada, em 2011, em casos de condições degradantes de trabalho em uma oficina de costura em Americana, interior paulista.
O presidente da Zara Brasil, João Braga, disse nesta terça-feira (20) que, naquela época, um dos fornecedores da grife não seguiu “o código de conduta da empresa nem a legislação trabalhista brasileira e, sem o consentimento da Zara, manteve oficinas em condições precárias e degradantes”.
— A Zara foi diretamente responsabilizada pelas ações da [fornecedora] AHA e assinou um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta]. Com isso, investimos R$ 14 milhões em ações de responsabilidade social no Brasil.
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Segundo Braga, o TAC terminou no ano passado, mas ainda assim a empresa deu continuidade em projetos de responsabilidade social e financiou R$ 6,2 milhões do Centro de Integração à Cidadania do Imigrante, da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo.
— Após a denúncia, rompemos com o fornecedor AHA, ampliamos e aperfeiçoamos as auditorias em fornecedores no País e o TAC foi acompanhado pelas autoridades brasileiras.
Sobre denúncias de trabalho escravo envolvendo a empresa na Argentina, Braga disse que a Zara não está em nenhum caso do tipo no mundo e leu uma nota oficial da empresa informando que a denúncia, do ano passado, citava três oficinas irregulares, mas nenhuma delas tinha relação comercial com a grife naquele país.
— Dos três endereços, apenas um era realmente uma oficina de costura, que não tem relação com a Zara Argentina. A Justiça do país continua investigando o caso.
Trabalho análogo à escravidão
Após denúncia anônima de um trabalhador boliviano, há três anos, os auditores do Ministério do Trabalho encontraram 52 funcionários em ambiente insalubre, trabalhando 14 horas por dia e recebendo entre R$ 0,12 e R$ 0,20 por peça. Além disso, os alojamentos eram irregulares, sem banheiros e os dormitórios eram inadequados.
Na ocasião, a fabricante Zara alegou que teria havido uma "terceirização não autorizada". O grupo Inditex, proprietário da marca, afirmou que revisaria, em colaboração com o Ministério do Trabalho e Emprego, o sistema de produção de seus fornecedores no País para garantir que não houvesse exploração de funcionários.
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