O Comitê Gestor de Internet no Brasil realizou na manhã desta quinta-feira (5) a terceira edição do painel TIC Covid-19 que aborda o uso da internet no país durante este período de pandemia do novo coronavírus. Esse é o terceiro relatório apresentado pelo Comitê e analisa o uso da internet para o ensino remoto e o teletrabalho. Foram ouvidas 2.728 pessoas acima de 16 anos. A pesquisa reforça as desigualdades de acesso entre estudantes brasileiros.Leia mais: Lado bom da aula online: jovens estão se preparando para o mercado De acordo com a pesquisa, 36% dos estudantes tiveram dificuldades para acompanhar as aulas por falta ou baixa qualidade da conexão à Internet. Metade dos usuários de internet com 16 anos ou mais com até o Ensino Fundamental realizaram atividades escolares online. "A falta de recursos digitais para acessar as aulas e atividades remotas é um dos principais aspectos que podem afetar a continuidade das rotinas educativas durante a pandemia. As disparidades de acesso às TIC entre estudantes dos distintos perfis socioeconômicos também criam oportunidades desiguais para a aprendizagem", destaca Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.Leia mais: "É preciso investir na qualidade do ensino remoto", diz especialista 82% dos que frequentam escola ou universidade acompanharam aulas ou atividades remotas. O telefone celular foi o principal dispositivo usado para acompanhar as aulas e atividades remotas, sobretudo nas classes D/E (54%) Materiais impressos entregues pela escola foram o segundo recurso de ensino mais citado em domicílios com alunos de 6 a 15 anos da rede pública.Leia mais: Enem 2020: Plataformas oferecem aulas online gratuitamente O motivo apontado para não acompanhar as aulas remotas, 56% apontou a necessidade de buscar emprego e 48% por precisar cuidar da casa, irmãos, filhos ou parentes. Esses números são mais elevados principalmente entre os estudantes das classes D e E. Entre os principais pontos da pesquisa, 38% dos usuários de internet que trabalharam durante a pandemia realizaram trabalho remoto e, entre esses, 82% o fizeram em consequência da pandemia. O computador foi o dispositivo usado com mais frequência pelas classes AB (77%) para realizar trabalho remoto; nas classes DE, foi o telefone celular (84%). O acesso remoto a pastas e arquivos da empresa (47%) e software (37%) foram os itens de apoio ao teletrabalho mais fornecidos por parte das empresas.Leia mais: Ensino em casa: 77% dos pais acham que professores devem ganhar mais Ainda, 30% venderam produtos ou serviços por aplicativos de mensagens ou redes sociais. O trabalho por intermédio de aplicativos era mais frequentemente o único trabalho entre as mulheres.