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Com escolas abertas, mais de 50% dos estudantes retomam atividades

Risco de abandono diminui com busca ativa, mas crianças ainda estão fora das creches e escolas rurais seguem com ensino remoto 

Educação|Karla Dunder, do R7

A maioria dos estudantes retornou às atividades com a abertura das escolas
A maioria dos estudantes retornou às atividades com a abertura das escolas A maioria dos estudantes retornou às atividades com a abertura das escolas

A sexta onda da pesquisa realizada pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) com o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Itaú Social mostra que a maioria dos estudantes retornou às escolas nas atividades presenciais no segundo semestre de 2021 e uma parcela significativa das redes municipais adotou o ensino híbrido — parte presencial e parte remoto.

"Houve um avanço importante na retomada segura das atividades presenciais. E a pandemia nos mostrou que a escola presencial é fundamental para a educação, protege a saúde mental e alimentar, protege contra a violência, além de evidenciar que nem todos têm acesso à internet e por isso é tão importante voltar para o presencial", destaca Florence Bauer, do Unicef.

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Quanto à adesão dos estudantes às atividades presenciais, nos anos iniciais do ensino fundamental, 56,2% afirmam que todos/quase todos estão frequentando e 25,8% dizem que mais da metade está frequentando. Nos anos finais, são 52,4% e 26,6%, respectivamente. Na pré-escola, 51,1% e 23,9%, respectivamente.

"As famílias estão mais seguras para voltar, com protocolos e vacinas, e o diálogo é fundamental para esse retorno", avalia a representante do Unicef. "No entanto, ainda temos muitas escolas remotas, com todas as consequências que isso tem, e nas creches, assim como na educação especial, esse número é mais alto, o que mostra que houve um avanço, mas o desafio ainda é enorme."

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Para Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime, "no caso das creches, os números se justificam pela dificuldade de manter os protocolos de segurança como o uso de máscara e o distanciamento".

A tendência do uso de estratégias combinadas ocorre também na educação especial do ensino fundamental, em que, nos anos iniciais, 54,2% das redes seguem a estratégia combinada (presencial e remoto), 28,6% estão totalmente no formato presencial e 17,2% totalmente no formato remoto. Nos anos finais, são 53%, 28,3% e 18,6%, respectivamente.

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Na educação urbana, nos anos iniciais do ensino fundamental, 52,7% adotam estratégias combinadas (presencial e remota), 34,6% estão totalmente no modelo presencial e 12,7% totalmente no remoto. Nos anos finais do ensino fundamental, são 53%, 33% e 14%, respectivamente.

Outro dado que preocupa é o número de escolas municipais que seguem com o ensino remoto na área rural. "Sabemos que o acesso à internet e a conectividade nessas regiões são precários, o que preocupa quanto ao aprendizado desses alunos." De acordo com a pesquisa, no campo, nos anos iniciais, 46,5% das redes estão adotando estratégias combinadas, 35,4% totalmente presencial e 18,1% estão realizando essa oferta de maneira totalmente remota. Os números são parecidos quando se trata dos anos finais do ensino fundamental — estratégias combinadas (47%), totalmente presencial (34,1%) remoto (18,9%).

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"O acesso à internet é um desafio. Mesmo sem a pandemia, a internet é fundamental e traz valor agregado, por isso são importantes o leilão do 5G e as leis que garantam o acesso dos estudantes", destaca Florence.

Assim como na última edição da pesquisa, materiais impressos e orientações por WhatsApp continuam liderando os métodos utilizados para a realização de atividades não presenciais em 2021. Na sequência, aparecem as videoaulas gravadas, que são utilizadas por 48,2% das redes respondentes nos anos finais, por 63,3% nos anos iniciais do ensino fundamental e por 34,5% na EJA (Educação de Jovens e Adultos). O que se percebe ao fazer uma análise em relação às ondas anteriores da pesquisa é que as videoaulas gravadas têm ganhado espaço como ferramenta.

"Observamos que o WhatsApp foi um meio muito utilizado por escolas e professores para o envio de atividades. Mesmo sem uma política nacional coordenada, o estudo mostra a importância do uso de tecnologia na educação", afirmou Luiz Miguel Martins Garcia, representante da Undime. "O leilão do 5G nos dá esperança de levar internet a todas as escolas e expandi-la para estudantes, principalmente para aqueles que não têm acesso em casa, mas sem prender o aluno às telas, sempre respeitando a BNCC."

Com as escolas abertas, o suporte para diretores escolares (62,6%) aparece como o principal foco entre as ações de apoio às escolas na oferta de ensino em 2021. Na sequência, aparecem a Busca Ativa Escolar (62%), o apoio com material pedagógico (60,8%) e o suporte para a realização de avaliações diagnósticas (59,7%).

"A Busca Ativa Escolar foi fundamental para não deixar nenhum estudante de fora", diz Garcia. No início da pandemia, um estudo do Unicef mostrou que 5 milhões de crianças e adolescentes estavam fora da escola. "Essas crianças precisam desse esforço, dessa busca, para retomar o vínculo com a escola, que afeta as crianças mais vulneráveis", avalia Florence Bauer.

Pesquisa

A pesquisa mostra como as redes têm se planejado quanto às atividades escolares e ao calendário letivo de 2021 e 2022, assim como sobre a oferta de educação presencial e não

presencial. O levantamento foi realizado por meio de questionário online, aplicado de 19 de outubro a 15 de novembro.

De acordo com as informações levantadas, 42,5% das redes iniciaram o segundo semestre de 2021 em julho e 50,6% em agosto. Além disso, 95,4% das redes afirmaram que o calendário letivo de 2021 será concluído ainda neste ano e 4,6% disseram que apenas em 2022. Questionados sobre quando deve ser iniciado o calendário letivo do próximo ano, 11,9% informaram ser em janeiro e a grande maioria (81,6%) no mês de fevereiro.

Com a retomada das aulas presenciais, a maioria das redes está adotando o ensino híbrido — presencial e remota.

Na comparação com a onda anterior da pesquisa, realizada entre junho e julho deste ano, aumentou consideravelmente o número de redes que já concluíram os protocolos de segurança para o retorno às aulas presenciais. No meio do ano, 57% das redes respondentes tinham concluído os protocolos e 40,4% ainda estavam em fase de construção. A pesquisa mais recente revela que 82,2% das redes já concluíram os protocolos e somente 9,2% estão em fase de construção; 8,1% das redes declararam utilizar o protocolo da Secretaria de Estado.

O estudo ouviu 2.851 municípios brasileiros, o que representa quase 12 milhões de estudantes atendidos pelas redes municipais.

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