Veja exemplos de como o conflito no Oriente Médio foi recorrente em questões do Enem
Textos abordam guerra entre Israel e Hamas, além da história da ocupação da Faixa de Gaza e dos dois conflitos mundiais
Educação|Agência Brasil
O conflito entre Israel e Hamas e o contexto da guerra no Oriente Médio foram assuntos abordados em edições de anos anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As questões foram cobradas nas provas de ciências humanas e também nas de linguagens, com textos em inglês e espanhol sobre o assunto.
Este texto reúne essas questões e os respectivos gabaritos. As provas na íntegra, assim como as respostas corretas, podem ser acessadas no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Foram consideradas tanto as aplicações regulares quanto o Enem voltado para adultos privados de liberdade e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade, o chamado Enem PPL.
Em 2013, uma questão do Enem regular abordou uma mudança realizada pelo Google que passava a exibir o termo Palestina em vez de territórios palestinos quando a página era acessada da Cisjordânia. A pergunta era sobre o motivo da alteração e a resposta correta foi a letra D: “reconhecimento de uma autoridade jurídica”.
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Em 2016, uma questão do primeiro dia do Enem PPL trazia dois trechos de textos sobre o que ocorreu no território entre as duas Guerras Mundiais. Um deles abordava o crescimento da imigração judaica entre 1931 e 1935 para a Palestina, período em que essa população passou de 10% para mais de 30% da população local. O outro texto tratava do papel da Grã-Bretanha no contexto local. A resposta correta é a letra A: “criação de um Estado aliado”.
No segundo dia de aplicação do Enem PPL do mesmo ano, também havia, na prova de espanhol, uma questão que abordava a situação na região. Um texto tratava das circunstâncias em que ocorreu a primeira maratona realizada na Cisjordânia. A maioria (70%) dos envolvidos na corrida eram palestinos, que propuseram um lema e confeccionaram faixas. A questão 91 tratava da reivindicação dos corredores e a resposta correta era a letra E: "liberdade de ir e vir e de praticar esportes".
Em 2017, a prova de inglês trazia um trecho de um guia turístico de Israel, que abordava questões culturais e religiosas locais. O texto tratava também das divergências entre os habitantes sobre as formas de conduzir a política do país. A questão 1 perguntava sobre qual era o conteúdo do guia turístico e a resposta correta foi a letra E: “apresenta aspectos gerais da cultura do país para continuar a atrair turistas estrangeiro”.
Em 2018, uma questão do Enem regular afirmava que, desde 1967, a esquerda sionista defendia que Israel se desfizesse da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, devido ao fato de a taxa de nascimento árabe ser muito mais elevada. A questão 62 abordava qual seria a preocupação apresentada no texto e a resposta correta era a letra B: “busca da preeminência étnica sobre o espaço nacional”.
Em 2019, o Enem PPL trouxe dois mapas que mostravam a Palestina, o Estado Judeu e áreas de controle internacional, tanto em 1947, quanto em 2013. Uma representação, em imagens, do conflito geopolítico. A questão 57 abordava o que buscavam as forças envolvidas no conflito nos períodos retratados e a resposta foi a letra A: “garantir a posse territorial”.
Tema frequente
Professores entrevistados pela reportagem dizem que este é um assunto que aparece com certa frequência no Enem.
“É um tema que é recorrente porque se encaixa em muitas das habilidades que a prova de humanas cobra, como estados nacionais, relação de cidadania e democracia, habilidade de interpretação de fontes cartográficas, mapas. Como é um conteúdo que pode ser abordado de múltiplas formas, acaba sendo alvo de muitas questões”, diz Rafael Duarte, professor de história do colégio Mopi, no Rio de Janeiro.
“Quando se fala em conflitos sempre se pega muito essa questão de Israel, Palestina e da Faixa de Gaza, porque, além de fatores políticos em relação à ocupação desses espaços, tem o fator econômico e também o religioso”, complementa Patrícia Mesquita, diretora da Escola de Referência em Ensino Médio Escritor Paulo Cavalcanti, em Olinda, e professora de geografia da Escola Estadual São José, em Paulista — ambas em Pernambuco.
A professora ressalta que conhecer as questões de exames anteriores pode ajudar os estudantes a resolver as deste ano. “Agora, com a proximidade do exame, é rever as questões [de provas] anteriores que falem desses conflitos não apenas no Enem, mas em [provas de] outras universidades”, recomenda.
Desde o dia 7, noticiários de todo o mundo colocam em destaque a guerra entre Israel e Hamas. O conflito se acirrou após um ataque do grupo islâmico contra comunidades israelenses próximas à Faixa de Gaza.
A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. Em diferentes momentos, guerras e ocupações, eles foram expulsos, retomaram terras, ampliaram e as perderam.
O Enem 2023 será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro. As notas das provas podem ser usadas para concorrer a vagas no ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e a financiamentos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Isso além de aplicar para vagas em instituições estrangeiras que têm convênio com o Inep.
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