Distrito Federal recebe Selo de Território Livre do Analfabetismo
Título é dado pelo MEC a localidades com mais de 96% da população alfabetizada
Educação|Da Agência Brasil
O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a receber o Selo de Território Livre do Analfabetismo, do Ministério da Educação. O selo presta homenagem às localidades que atingem 96% de alfabetização, segundo o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O DF atingiu o índice de 96,5%.
O selo foi entregue na última semana pelo ministro da Educação, Henrique Paim, ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
Na ocasião, o secretário de Educação do Distrito Federal, Marcelo Aguiar, disse que o desafio agora é buscar os analfabetos que restam na capital, para seguir avançando.
— É a parte mais difícil, porque são justamente os mais velhos, os que têm resistência em se alfabetizar, e a população de rua. Nosso trabalho será duro porque é preciso buscar as pessoas e convencê-las a se alfabetizar.
Educação de Jovens e Adultos
O governador Agnelo Queiroz explicou que a alfabetização na capital é feita por meio da Educação de Jovens e Adultos e pelo Programa DF Alfabetizado. Os beneficiários do Bolsa Família que integram o DF Alfabetizado recebem uma bolsa de incentivo do governo local.
Novo analfabeto brasileiro tem entre 30 e 40 anos e está no mercado de trabalho
Ao entregar o selo, o ministro da Educação, Henrique Paim, disse esperar que outros estados superem o índice de 96% de alfabetização.
— Queremos que essa seja uma situação que tenhamos em breve em todo o país. Vale lembrar que nunca é tarde para estudar, disse.
Exemplos
A dona de casa Maria do Socorro Nunes, de 61 anos, participou do evento e deu exemplo de perseverança em busca da alfabetização. De volta aos estudos há três anos, ela aprendeu a ler e faz planos para não abandonar a escola.
Maria do Socorro vive no Núcleo Rural Alagado da Suzana, no Gama, cidade próxima ao Distrito Federal, e por anos buscou a construção de uma escola no local. Foi vitoriosa e agora diz que a vida mudou para melhor.
— Estudar me faz sentir bem; faz bem para saúde. E o que aprendo posso ensinar para outras pessoas da comunidade, diz.
A professora Iracema Bandeira disse que muitos moradores do Alagado da Suzana enfrentavam dificuldades por não saberem ler e acabavam sendo explorados no trabalho. Na escola, a professora alfabetizou 30 alunos.
— Agora eles se impõem, sabem que têm direitos e exigem que o empregador assine a carteira. Com o conhecimento, adquiriram a cidadania plena, conta.
Iracema Bandeira conta que a alfabetização abriu a possibilidade para trabalhar com os alunos questões importantes para a comunidade, como o tratamento que deve ser dado ao lixo e os cuidados com o meio ambiente, para tornar melhor o local onde vivem.