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Educação

DJ colombiano formado no MIT usa música para ensinar matemática de forma divertida a alunos carentes

Federico Ardila diz que disciplina é difícil, mas 'extremamente poderosa' e dá acesso a 'empregos excelentes e bem remunerados'

Educação|Vivian Masutti, do R7


O professor de matemática colombiano Federico Ardila
O professor de matemática colombiano Federico Ardila

Matemático, educador, músico e jogador de futebol.

Doutor pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), o colombiano Federico Ardila, 45 anos, não é nada daquilo que se costuma esperar de um professor de matemática, disciplina tão temida pelos estudantes.

Seu método de ensino também é bastante diferente. DJ, ele costuma utilizar a música como instrumento de inclusão nas salas de aula em São Francisco, cidade americana onde atua como pesquisador universitário.

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Lá, ensina alunos que vêm de comunidades que não tiveram acesso a ciências e matemática, como filhos de imigrantes cujos pais não se formaram na escola. Ao começar a aula, por exemplo, ele costuma pedir aos estudantes que escolham músicas importantes para eles. Assim, todos ficam mais relaxados, confortáveis e se sentem incluídos.


Aos poucos, Ardila começou a perceber que os estudantes escolhiam canções com significado bastante pessoal.

“A matemática é tremendamente poderosa e todos os setores da população deveriam ter acesso a esse poder. Quero ver uma comunidade matemática que trabalhe de forma crítica e ativa na construção de sociedades mais justas e equitativas. É um longo caminho, mas acredito nele e creio que os estudantes desfavorecidos irão liderá-lo”, fala Ardila.


A iniciativa chegou a render ao colombiano de Bogotá diversos prêmios, como o da Associação Americana de Matemática (MAA, na sigla em inglês), “por inspirar alunos dentro e fora das salas de aula da San Francisco State University”, em 2020. Antes disso, como aluno, já havia ganhado medalhas de prata e bronze na Olimpíada Internacional de Matemática.

“Num mundo cada vez mais mediado pela tecnologia, a matemática dá aos estudantes desfavorecidos acesso a empregos excelentes e bem remunerados. É certo”, afirma o professor, citando Bob Moses, ativista do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos na década de 1960 e fundador do Projeto Álgebra. “Ele disse que a capacidade de votar daria acesso político à população negra e que a habilidade matemática lhes daria acesso econômico.”

Ardila fala que costuma dizer aos alunos que sabe que matemática não é fácil, mas que, como tudo, “se você praticar com paciência, você aprenderá, entenderá e se divertirá."

E conta que colocou a própria sugestão em prática quando resolveu aprender marimba — instrumento de toque semelhante ao xilofone, originário da África.

“Não tive formação musical e comecei do zero. Tive que aprender a ouvir meus próprios conselhos: praticar com paciência, pelo menos 15 minutos por dia, todos os dias. No começo, foi muito frustrante. Mas tudo o que podemos aprender é incrível e lindo se nos dedicarmos com esforço e carinho.”

Com isso, deu origem ao projeto musical Neblinas del Pacífico, uma banda afro-colombiana de marimba, que toca sobre espiritualidade e resistência na baía de São Francisco, na Califórnia, onde trabalha com seus projetos comunitários.

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