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Em decisão atípica, estudantes da Poli aderem à greve que reivindica contratação de mais professores

Desde 2014, a USP perdeu 818 professores com o congelamento de vagas na pandemia e a crise financeira

Educação|Beatriz Kawai* , do R7

Campus universitário da USP: greve tem mais adesão
Campus universitário da USP: greve tem mais adesão Campus universitário da USP: greve tem mais adesão

Em uma decisão quase inédita, os alunos da Escola Politécnica (Poli), da USP (Universidade de São Paulo), votaram pela adesão à greve por contratação de professores, iniciada pelos alunos da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) no dia 18 de setembro.

Na segunda-feira (25), uma reunião com 260 alunos de engenharia da Poli aprovou a adesão em uma assembleia-geral organizada pelo Diretório Acadêmico. Mesmo sem votação geral no plebiscito, a decisão foi validada, uma vez que a assembleia contou com mais de 1% da faculdade, conforme consta no Estatuto do Grêmio, entidade que representa os estudantes. 

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A greve começou nesta terça-feira (26), com a suspensão das aulas e o uso de piquetes — bloqueio das salas de aula com mesas e cadeiras. O Diretório Acadêmico da Poli tem uma reunião prevista para acontecer ainda nesta terça com a Diretoria da USP para discutir como a greve vai acontecer na unidade.

A adesão da Poli surpreende, até porque a faculdade de engenharia é uma das menos impactadas pelo corte de verba e pelo congelamento da contratação de docentes efetivos. "Mesmo na Poli, que é um dos institutos mais privilegiados na contratação de docentes, já há falta de professores em disciplinas", diz a presidente do Grêmio da instituição, Carolina Mendes Espósito. 

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"Essa mudança de comportamento se atribui ao nível a que chegou a situação da contratação de professores na USP como um todo", acrescenta Carolina. Ela diz que o esforço da diretoria não parece ser suficiente no curto prazo.

Será realizada uma pesquisa de opinião entre os alunos da Politécnica para a definição das próximas decisões da instituição. 

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Na noite desta segunda-feira, os estudantes da faculdade de direito entraram na greve, junto com mais 19 faculdades da USP, que reivindicam a contratação de mais professores e da permanência estudantil — conjunto de políticas públicas que concendem auxílio financeiro a estudantes em situação vulnerável.

A USP foi nomeada a melhor universidade da América Latina e do Caribe pelo relatório QS Latin America & The Caribbean Ranking, no início de setembro. A greve teve início na mesma semana. Desde 2014, devido ao congelamento de vagas na pandemia e a anos de crise financeira, a USP perdeu 818 professores, o correspondende a 15% do corpo docente inteiro da universidade.

O Departamento de Letras, o maior da USP e o maior curso de letras da América Latina, é o mais afetado. O plano divulgado pela reitoria é a contratação de 876 docentes até 2025, para retomar 99% do quadro composto em 2014. Dados reunidos pela Adusp (Associação de Docentes da USP), no entanto, mostram que há um déficit de 1.039 docentes em relação a 2014.

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