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Formação a distância de professores preocupa governo e entidades do setor

Há 2 mil municípios brasileiros que possuem apenas a modalidade EAD como alternativa de ensino superior, afirma entidade

Educação|Do R7


Oferta de novos cursos superiores aumentou consideravelmente nos últimos cinco anos
Oferta de novos cursos superiores aumentou consideravelmente nos últimos cinco anos

O ritmo acelerado de criação de cursos de EAD tem causado preocupação entre o governo e especialistas. A oferta de novos cursos superiores aumentou consideravelmente a partir de 2018, impulsionada pela edição de decreto do presidente Michel Temer (MDB) no ano anterior. A norma flexibilizou a abertura de polos de educação a distância. Desde então, houve crescimento de 189,1% na oferta de cursos nessa modalidade.

Nesta terça-feira (5), o ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), disse que vai limitar as licenciaturas a distância em um movimento para melhorar a formação dos professores brasileiros. 

Organizações do terceiro setor, como o Todos pela Educação, também têm demonstrado preocupação com o crescimento da educação a distância, em especial para formar professores.

Em 2021, em todos os cursos de formação docente analisados, o Enade (avaliação do MEC para cursos superiores), as notas médias de EAD eram menores do que na modalidade presencial.

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Na formação de professores, pesquisas mostram que essa modalidade da distância tem maior evasão e que 70% dos alunos não realizam nem a quantidade mínima de horas de estágio obrigatório.

Especialistas argumentam ainda que os professores, após a graduação, precisam dar aulas presenciais nas escolas, e por isso é importante que sejam formados dessa maneira também.

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Em carta conjunta ao ministro, este mês, o Todos pela Educação, a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), o Consed (Conselho de Secretários Estaduais da Educação) e outras organizações pediram medidas urgentes na regulação da educação a distância para a formação de professores.

EAD democratiza acesso, diz setor privado

"É preciso avaliar e supervisionar as instituições que não oferecem qualidade, mas é preciso valorizar aquelas que praticam um ensino de excelência", declarou, em nota, a presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, entidade que representa mantenedoras de ensino superior privado, logo após a suspensão determinada pelo MEC na semana passada.

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"O país também não pode ignorar que há 2 mil municípios brasileiros que possuem apenas a modalidade EAD como alternativa de ensino superior, e as populações dessas comunidades não podem ser prejudicadas por qualquer decisão intempestiva."

Segundo ela, é preciso estabelecer parâmetros e diretrizes curriculares para "respeitar e estimular as especificidades de cada curso em relação à quantidade de carga presencial e a distância".

Associações que integram o movimento eadinclui.org.br, de defesa da educação a distância, pedem que o MEC reavalie a decisão e "promova diálogo mais amplo com as instituições". Para elas, a medida "suscita incertezas" e deixa "em alerta mais de 2 milhões de estudantes das áreas afetadas".

As entidades reclamam também da inclusão das licenciaturas na portaria, segundo elas, "sem terem sido parte da consulta pública, o que pode sugerir uma decisão unilateral por parte do ministério".

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