Pesquisa mostra como melhorar desempenho de escolas públicas
Com base nos dados do Enem e do Ideb, institutos reúnem iniciativas de sucesso de aprendizagem para o ensino médio
Educação|Do R7
Entender o nível de aprendizagem dos alunos de escolas públicas que alcançam bons resultados no ensino médio esse é um dos focos da pesquisa Excelência com Equidade no Ensino Médio: a dificuldade das redes de ensino para dar um suporte efetivo às escolas que será lançada nesta quarta-feira (25), no Insper em São Paulo.
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A pesquisa foi elaborada com base nos dados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). As escolas selecionadas precisavam ter uma taxa de aprovação mínima de 95%. Das 5.042 escolas públicas de ensino médio elegíveis de serem estudadas, de acordo com o nível socioeconômico de seus alunos, somente 100 atingiram os indicadores de qualidade propostos, sendo 82 delas de tempo integral.
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“Não podemos dizer que todas as escolas de período integral têm um bom índice de aprendizagem, mas como base na pesquisa, percebemos que alguns precisam ter mais tempo para chegar ao resultado de aprendizagem”, avalia Ernesto Faria, diretor executivo do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), um dos responsáveis pelo estudo que foi feito em parceria com a Fundação Lemann, Instituto Unibanco e Itaú BBA.
As escolas que alcançaram os melhores resultados também estão nos estados que tem melhorado ano a ano o desempenho nos índices de aprendizagem como Ceará (55 escolas), Espírito Santo (14), Goiás (7) e Pernambuco (7). “Esses estados têm se destacado no Brasil e mostra que a política pública para as redes têm dado resultado.”
Com base na análise dos dados da pesquisa, é possível destacar algumas características dessas escolas que podem ser usadas de modelo e replicadas por outras instituições. Como observa Faria, o foco na aprendizagem é o primeiro ponto. “O monitoramento constante dos índices e o olhar focado no ensino, assim como aplicação de simulados é um aspecto”, diz.
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Proximidade entre alunos e professores, em muitas vezes até com quebra de hierarquia é outro ponto destacado pela pesquisa. “Essa relação de escuta, de estar próximo dos estudantes e o suporto sócio emocional também tem impacto na aprendizagem.” O envolvimento dos pais e da comunidade é outra característica que a pesquisa aponta como diferencial dessas escolas.
“Principalmente no caso das escolas de período integral vale destacar a presença de um currículo diversificado, com matérias eletivas, que favoreçam a autonomia e com projetos de vida para os alunos”, observa Faria.
As escolas públicas analisadas pela pesquisa, mesmo com bom desempenho no ensino médio, ainda têm um grande desafio pela frente, nenhuma conseguiu garantir 70% dos alunos com boa aprendizagem adequada tanto para língua portuguesa como matemática.