Professor José Nilton e seus alunos no Piauí: dedicação e respeito pelos estudantes
DivulgaçãoJosé Nilton da Silva é professor em Prata do Piauí, uma cidade pequena, com 3 mil habitantes, mas que enfrenta as mesmas dificuldades de uma metrópole quando o assunto é educação. O educador tem trabalhado o desenvolvimento de habilidade socioemocionais com estudantes da rede municipal do estado para recuperar o aprendizado perdido durante a pandemia.
O trabalho do professor José Nilton faz parte de uma grande rede, resultado de uma parceria do Instituto Ayrton Senna com o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) para implantar o Volta ao Novo – Programa de Desenvolvimento de Competências Socioemocionais.
A iniciativa oferece apoio às secretarias estaduais e municipais para que multipliquem informações e práticas em relação às competências socioemocionais, como resiliência emocional, amabilidade, abertura ao novo, engajamento e autogestão. O projeto também reforça a importância do retorno das aulas presenciais e o acolhimento da comunidade escolar após o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19.
"Aqui no estado do Piauí o projeto começou de forma tímida, mas virou um eixo de formação continuada para os professores e para as famílias", conta o professor José Nilton. "Aprendemos a olhar para os alunos com empatia, a observar o estudante por completo; a escola se transformou em um ambiente acolhedor, e isso só foi possível porque nós, professores, fomos acolhidos também."
O projeto Volta ao Novo tem como objetivo acolher toda a comunidade escolar, principalmente os professores, que na prática são os agentes multiplicadores dessa iniciativa. "Ainda não temos o conhecimento total do impacto das escolas fechadas na educação, mas estimamos um retrocesso de dez anos no desempenho acadêmico", observa Roberto Campos de Lima, vice-presidente de expansão e relações institucionais do Instituto Ayrton Senna.
Dessa forma, para auxiliar a recuperar esse tempo perdido, o projeto oferece ferramentas e formação aos professores, respeitando as práticas e características de cada região.
"Eu passei a lidar com o erro do aluno de outra forma, hoje vejo o estudante como um sujeito e avalio como posso ajudar a superar aquela dificuldade", observa José Nilton.
Izabela van Ham Colchete, professora de ciências em Minas Gerais, conta que ficou "encantada" com o projeto assim que participou do treinamento. "Eu estudo métodos de ensino desde 2014 e quando incluí na prática as competências socioemocionais preenchi uma lacuna."
Na aulas, a professora usou a criatividade para trabalhar as competências em sala de aula. "Um dos assuntos discutidos neste ano foi sustentabilidade. Escolhi a empatia para abordar o tema, como podemos 'ouvir' o que o meio ambiente está nos dizendo com as mudanças climáticas, por exemplo, e como podemos mudar de comportamento", explica.
A ferramenta já chegou a 257.980 educadores, em 19.630 escolas de 26 estados.