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Vídeo com menino sendo agredido em escola circula nas redes sociais

Para especialistas, violência, bulling e ciberbullyng devem ser combatidos e escolas devem ser espaço de convivência e respeito das diferenças

Educação|Karla Dunder, do R7

Estudante sofre violência
Estudante sofre violência Estudante sofre violência

Volta a circular pelas redes sociais um vídeo em que é possível ver um estudante sendo agredido por colegas em uma escola. A violência das imagens impressiona e traz à tona a discussão sobre bullying e ciberbullying, uma vez que toda a agressão é filmada.

"É importante perceber que a escola muitas vezes é um ambiente hostil para os jovens, não é um lugar acolhedor, sobretudo não tem escuta", diz Marcus Faustini, criador da Agência de Redes para Juventudes e especialista em jovens e educação. "A escola não é uma ilha, ela reflete o momento da sociedade que estamos vivendo. E não podemos só culpar a escola, precisamos, sim, debater a fundo esses fenônemos de violência, temos de observar que a escola está virando um lugar de acirramento das disputas que vivemos hoje e não um espaço de prazer e acolhimento das diferenças".

O vídeo foi feito na Escola Armando da Costa Brito, em Ipojuca, região metropolitana de Recife.

Para a psicopedagoga e diretora do Neuroconecte, Alcione Marques, a escola precisa rever o seu papel diante de uma sociedade em constante mudança. "Toda a complexidade das relações se manifesta na escola, precisamos estabelecer regras claras de convívio, de respeito", diz. "É preciso ter cuidado com as relações, sabemos que a aprendizagem só ocorre se houver um clima positivo, um espaço onde o aluno se sente seguro — do ponto de vista psicológico também."

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Outro aspecto apontado por Alcione é que medidas devem ser tomadas antes da violência acontecer, é preciso evitar que crianças e adolescentes sejam expostos a situações humilhantes. "Vivemos uma crise de autoridade, temos professores desprestigiados e frustrados, que precisam ter apoio e preparo, também é necessário que a escola saiba estabelecer regras e o aluno entenda que suas ações têm consequências".

Nesse processo, toda a comunidade deve ser envolvida: família, alunos e professores. "Só punir é enxugar gelo e jamais sairemos desse ciclo, é fundamental que todos sejam envolvidos e façam a sua parte para uma convivência melhor". Marcus Faustini lembra que é fundamental dar voz aos alunos, ouvir os jovens, muitas vezes esquecidos nas discussões sobre eles mesmos. "Existem muitas iniciativas dentro de escolas que apostam nesse caminho e elas têm que ser reconhecidas e valorizadas", ressalta.

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Reflexo

A violência deixa marcas profundas e gera efeitos negativos na estima de quem sofre um episódio como o observado no vídeo. "O adolescente está em processo de formação e desenvolvimento da sua identidade, as agressões podem aumentar a insegurança, o medo e a ansiedade, além de poder levar ao isolamento". O aluno precisa de proteção da escola e acompanhamento de profissionais da saúde, como psicólogos, para saber lidar com uma manifestação tão grave de violência psíquica.

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De acordo com informações de um funcionário da escola, após a circulação do vídeo, os pais foram chamados e a comunidade envolvida para resolver o problema. Conselho tutelar e profissionais de saúde também foram acionados. Os estudantes participaram de palestras sobre bullying e violência e aulas de judô e de jiu-jitsu fazem parte da grade escolar como forma de canalizar a agressividade dos alunos. 

Ainda segundo esse funcionário, o estudante agredido continua com apoio psicológico e trocou o turno. 

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