"Pesquisa representa um momento da campanha", diz Marina Silva
Candidata voltou a cobrar seus adversários a apresentarem os programas de governo
Eleições 2014|Do R7

Após a divulgação, nesta sexta-feira (12), do levantamento de intenção de votos feito pelo Ibope, a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) afirmou que as "pesquisas representam um momento da campanha". A presidente Dilma Rousseff voltou a liderar o resultado no primeiro turno, com 39% das intenções de voto. Marina Silva oscilou de 33% para 31%.
Em entrevista coletiva concedida após evento na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), Marina foi questionada se irá mudar sua estratégia.
— Nós vamos fazer o debate, não o embate. Vamos continuar dialogando com a sociedade. Somos diferentes em relação ao projeto que hoje tem uma estratégia de agressão, de boatos. A sociedade brasileira tem maturidade. No decorrer do processo, haverá de firmar o seu posicionamento com base nas ideias que estamos apresentando.
A candidata — que durante o evento já tinha feito a crítica — voltou a cobrar os seus adversários de apresentarem o seu programa de governo.
— Nós apresentamos propostas através de um programa que os nossos adversários ainda não apresentaram seus programas. Para que as metas em relação aos 10% do PIB para a educação possam ser antecipadas com a escola de tempo integral, para que os nossos jovens possam ter uma escola de qualidade que melhore as suas vidas.
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Marina afirmou ainda que "não vale tudo para ganhar uma eleição" e voltou a lembrar da campanha de 1989, o que tinha feito ontem.
— Eu vi o [Fernando] Collor de Mello ganhar uma eleição do Lula usando a mesma estratégia que a presidente está usando. E não foi um resultado bom para o País, porque o dividiu. Eu quero ganhar uma eleição com base no debate, nas propostas, e não com a indústria da calúnia, da mentira, do boato, do preconceito e da difamação. Eu lutei muito quando faziam a mesma coisa que fazem agora comigo. O mesmo punhal enferrujado está agora sendo usado contra mim.
A respeito do tema de segurança, disse que está nacionalizando o debate desse assunto.
— Todos os demais candidatos fazem o debate como se fosse um problema dos Estados, e não do governo federal. Em um País em que 56 mil pessoas são assassinadas por ano. A maioria das pessoas jovens e negras das periferias.
Segundo a ex-ministra, haverá o "pacto pela vida", com a ampliação dos recursos do fundo nacional de segurança.
— Vamos em parceria com os governadores e diferentes setores da sociedade fazer com que se tenha uma segurança que combata o tráfico de armas, de drogas e respeite a vida dos cidadãos.
Sobre a crítica de que o seu discurso de que governar com os melhores não funciona, disse ser insustentável defender que se governe com os piores.
— Eu estou dizendo que quero governar com os melhores e acredito que existem pessoas boas em todos os lugares, dentro dos partidos, dentro do Congresso, na gestão pública. Se a Dilma se conforma em conversar com os piores, esse não é o meu objetivo.
A candidata acrescentou que quer "conversar com os melhores" e disse que isso não significa "negar os partidos".
— Muito pelo contrário, é buscar o que há de bom neles para revigorá-los.