Abstenção chega a 17,5% e é a segunda maior desde 1998 no DF
De acordo com a Justiça Eleitoral, mais de 387 mil eleitores não foram às urnas no primeiro turno na capital federal
Eleições 2022|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
A proporção de eleitores que deixaram de comparecer às urnas neste domingo (2) no Distrito Federal diminuiu em comparação com as eleições de 2018. A abstenção registrada chegou a 17,5% contra 18,7% do último pleito. Os dados são da Justiça Eleitoral.
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Dos 2.203.045 de eleitores aptos para votar, 387.096 não participaram do primeiro turno. Apesar de a abstenção no DF ter sido inferior ao índice nacional — 20,9%, o percentual ainda é elevado. O número é o maior registrado desde 1998, quando 15,5% dos eleitores não compareceram às urnas.
Em relação aos outros estados, o DF teve a terceira menor abstenção do país. Em Roraima o índice registrado foi de 16,7%, o menor do Brasil.
A abstenção tem oscilado na capital federal ao longo do período democrático. A taxa, que encolheu entre 1998 e 2006, voltou a crescer em 2010, despencou em 2014 e aumentou novamente em 2018.
Confira o histórico das abstenções durante o 1º turno em votações no DF
• 2022: 17,5%
• 2018: 18,7%
• 2014: 11,67%
• 2010: 15,44 %
• 2006: 13,88%
• 2002: 15,4%
• 1998: 15,5%
Ibaneis reeleito
Mesmo com a taxa de abstenção, o atual governador, Ibaneis Rocha (MDB), conseguiu se reeleger no primeiro turno, feito inédito nas eleições locais. O chefe do Executivo obteve a maioria absoluta dos votos e venceu as eleições.
Ibaneis recebeu 832.633 votos, o equivalente a 50,3% do total. Durante o discurso após o resultado, ele declarou que se surpreendeu com a vitória antecipada sobre o principal adversário, Leandro Grass (PV). Antes de Ibaneis, apenas o ex-governador Joaquim Roriz foi eleito para mais de um mandato consecutivo no DF.
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O cientista político Valdir Pucci ressalta que a abstenção do voto favorece o candidato que está na frente na corrida eleitoral. "Acaba influenciando o resultado. Em números absolutos são necessários menos para que se alcance a vitória."
Ele ressaltou que a taxa no DF, ainda que elevada, não é, necessariamente, uma característica negativa para o processo democrático. "É uma participação política, o eleitor está dando uma resposta a um cenário político colocado".
Justificativa
Quem deixou de ir às urnas tem até 60 dias para justificar a ausência. Mesmo quem não votou no primeiro turno, pode registrar o voto na segunda rodada de votação. Os moradores do DF terão de retornar aos locais de votação em 30 de outubro para escolher o presidente da República, que ficou para o segundo turno.