Bolsonaro obtém direito de resposta por propaganda que o associou ao canibalismo
Campanha do ex-presidente Lula usou trechos de entrevista de Bolsonaro para dizer que ele seria capaz de comer carne humana
Eleições 2022|Do R7, em Brasília
O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), obteve direito de resposta sobre uma propaganda eleitoral feita pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que sugere que o chefe do Executivo federal seja canibal. A decisão é do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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A propaganda do PT usa trechos de uma entrevista de Bolsonaro na qual o presidente cita a visita que fez a um agrupamento indígena e diz que, na cultura dos integrantes daquele povoado, quando um indígena morre, o corpo é cozinhado e, depois, ingerido por todos os que presenciam o ritual.
Na entrevista, Bolsonaro comenta que estava disposto a se submeter à cultura indígena e a comer o corpo, mas destaca que não o fez porque ninguém de sua comitiva concordou em participar.
A campanha do PT, no entanto, usou apenas algumas falas de Bolsonaro na propaganda, entre elas "eu comeria um índio sem problema nenhum". De acordo com Sanseverino, a campanha de Lula retirou a fala de contexto para "incutir a ideia de que o candidato representante [Bolsonaro] admite, em qualquer contexto, a possibilidade de consumir carne humana".
O ministro considerou que "o recorte produzido pelos representados é incongruente com a mensagem original, de modo a configurar grave descontextualização aviltante à imagem do candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro" e concedeu o direito de resposta ao presidente.
"Desse modo, diante da divulgação de propaganda eleitoral contendo fato sabidamente inverídico decorrente de grave descontextualização da entrevista realizada pelo candidato representante — o que é perceptível de plano — resultando em evidente prejuízo a sua honra e imagem, a concessão do pedido de direito de resposta é medida que se impõe", determinou.