Em Belo Horizonte, Lula diz que não vai privatizar a Petrobras nem bancos públicos
Petista também falou em criar ministérios dos Povos Originários, da Igualdade Racial e outro para pequenas e médias empresas
Eleições 2022|Sarah Teófilo, do R7, enviada especial a Belo Horizonte
No primeiro comício oficial da campanha eleitoral de 2022, em Belo Horizonte (MG), o candidato à Presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que não vai privatizar a Petrobras nem bancos públicos.
“Nós vamos recuperar a indústria brasileira, e a Petrobras não será mais privatizada. O Banco do Brasil não será privatizado. A Caixa Econômica não será privatizada. O BNDES não será privatizado. Esses bancos públicos estarão a serviço do desenvolvimento deste país. E os Correios também não serão privatizados”, afirmou.
Lula voltou a prometer a criação do Ministério dos Povos Originários e outro voltado a pequenas e médias empresas, além de uma pasta da Igualdade Racial. O ex-presidente também afirmou que atuará no combate ao garimpo ilegal e que o Palácio do Planalto estará aberto para negros, indígenas, desempregados e pessoas com deficiência física.
No ato, Lula fez um discurso de 26 minutos voltado principalmente à economia e ações sociais e afirmativas, além de voltar a fazer um aceno aos evangélicos. "A gente tem que olhar a Constituição, e ela tem que ser cumprida. Tem que olhar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, e ela tem que ser cumprida, e a gente tem que olhar a Bíblia, e ela tem que ser cumprida. Todos nós somos irmãos, somos filhos de Deus, e temos direito de viver com muita dignidade e com muito respeito", afirmou.
De forma breve, o presidenciável criticou o presidente Jair Bolsonaro, sem citar o nome do chefe do Executivo nacional, e usou a maior parte do discurso para falar sobre problemas econômicos do país e prometer melhorias para o cenário, caso eleito. "Não queremos dinheiro em caixa, queremos dinheiro em infraestrutura, em transporte", disse Lula.
Em seguida, o petista elogiou o candidato ao Governo de Minas Gerais pelo PSD, Alexandre Kalil, que estava no palco, e afirmou que trabalhará para que ele seja eleito. No decorrer de sua fala, o presidenciável frisou em diversos momentos que pretende reforçar ações que reduzam o preconceito racial e de gênero.
"Queremos que a mulher possa fazer o que ela quiser, do jeito que ela quiser. Queremos um país onde não haja discriminação racial, que pretos e brancos sejam tratados com respeito e com decência. Queremos dizer não ao racismo, queremos que o povo negro tenha o direito de ocupar os melhores empregos, os melhores cargos, as melhores universidades. Por isso, nós criamos cota neste país", afirmou.
Estava também no palco o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que tem usado o nome do petista para buscar votos em Minas. Silveira discursou de forma breve e iniciou sua fala pedindo a saída do presidente Bolsonaro do cargo. O senador chegou a ser anunciado pelo presidente como líder do governo no Senado, mas recusou o convite.
Segurança
O comício foi na praça da Estação, no centro da capital mineira. O espaço foi cercado para que os apoiadores fossem revistados na entrada. Eles tiveram também bolsas e mochilas revistadas. Um helicóptero circulou durante todo o tempo em que Lula esteve no local, assim como drones sobrevoaram próximo ao público.
Como publicado no R7, a segurança de Lula neste comício em Minas Gerais foi uma grande preocupação. A Polícia Federal (PF), responsável pela segurança de todos os presidenciáveis, colocou atiradores de elite (chamados de snipers) nos prédios ao redor do local. A reportagem apurou que a PF cogitou cancelar o evento por avaliar que o local, uma praça pública, seria muito inseguro.