Bolsonaro minimiza investigação da PF que aponta que ele cometeu crime ao associar vacina à Aids
Corporação afirma que o presidente disseminou informações falsas, alegando se basear em relatórios do Reino Unido
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta sexta-feira (18) a investigação da Polícia Federal que aponta que o chefe do Executivo cometeu crime ao associar as vacinas contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Aids.
"Eu só vou falar uma coisa: o relatório da PF foi em cima da defesa da Advocacia-Geral da União. Mais nada além disso aí", disse Bolsonaro para os jornalistas em São José dos Campos, no interior paulista.
Para a PF, Bolsonaro cometeu crime ao associar as vacinas contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Aids. De acordo com a corporação, o presidente disseminou informações falsas, alegando se basear em relatórios do Reino Unido.
As declarações do chefe do Executivo federal foram feitas durante uma transmissão ao vivo pelas redes sociais e não têm base científica. Na ocasião, sem apresentar provas, Bolsonaro afirmou que as pessoas vacinadas contra o coronavírus estavam "desenvolvendo Aids muito mais rápido do que previsto".
As investigações mostram que o texto lido pelo presidente foi elaborado pelo ajudante de ordens Mauro Cid. Segundo a investigação, o funcionário colheu as informações na internet, em reportagens e artigos, mas deturpou o conteúdo que leu e a partir daí produziu textos com informações falsas. As pesquisas, testes e a aplicação dos imunizantes contra a Covid-19 revelam que as vacinas são seguras e produzem a resposta imunológica necessária, gerando proteção contra o vírus e salvando vidas.
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"Jair Messias Bolsonaro, por sua vez, de forma direta, voluntária e consciente, disseminou as desinformações produzidas por Mauro Cid, em sua live semanal no dia 21 de outubro de 2021, causando verdadeiro potencial de provocar alarme junto aos espectadores, ao propagar a desinformação de que os 'totalmente vacinados contra a Covid-19' estariam 'desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto', e que essa informação teria sido extraída de 'relatórios do governo do Reino Unido'."
Agenda em São Paulo
Bolsonaro realiza, nesta sexta-feira (18), sua primeira agenda em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, desde que se lançou oficialmente candidato à reeleição. A campanha oficial foi iniciada na última terça-feira (16) em Juiz de Fora (MG).