Em disputa pelo Governo do DF, Paula Belmonte aciona o STF contra Izalci
Deputada federal acusa o senador e candidato ao Palácio do Buriti de ter divulgado um atestado médico dela para a imprensa
Eleições 2022|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
A deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) acionou o Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (29) contra o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) por acusá-lo de divulgar, sem sua autorização, um atestado médico que a liberava de uma reunião do grupo partidário marcada para essa quarta-feira (27). Izalci – escolhido pela federação entre os dois partidos como o candidato ao governo do DF – nega que tenha divulgado o documento.
A intenção é que o senador explique, em juízo, porque teria divulgado o atestado médico, ferindo, dessa forma, a Lei Geral de Proteção de Dados.
Nessa semana, Izalci conseguiu uma vitória na executiva nacional do grupo e foi indicado como candidato ao governo distrital. Além disso, ficou definido que a convenção partidária que vai definir os candidatos do partido ao Senado, à Câmara dos Deputados e à Câmara Legislativa será realizada pela executiva, e não mais pelo grupo local.
O argumento de Paula Belmonte é que ela tem maioria no DF para comandar a federação e se lançar à governadora, além de ter apoio de seis partidos e uma melhor colocação, de acordo com pesquisas internas. Nas redes sociais, Belmonte segue em busca da candidatura.
Divulgação do atestado
Depois do encontro conturbado nessa terça-feira (26) que terminou com a indicação de Izalci ao governo, a deputada apresentou um ofício e um atestado médico avisando que não poderia ir ao encontro seguinte por um problema de saúde. De acordo com a assessoria da parlamentar, tempos depois, jornalistas a teriam procurado com fotos do atestado.
"A nenhuma pessoa, além do senador, foi enviado o documento", informou a parlamentar em nota. De acordo com o texto, além de violar a LGPD, Izalci também teria cometido "violência política contra a mulher". Nesta sexta, pré-candidatos do Cidadania divulgaram uma carta em apoio à deputada.
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No texto, o grupo também afirma que Belmonte teria sofrido violência política contra a mulher e que ela teve os direitos negados na federação por não ter sido escolhida candidata. "Não permitir que Paula Belmonte, uma mulher e uma parlamentar, tenha o direito à fala é violência. Impedir por vias tortas que Paula Belmonte concorra com um homem, mesmo tendo mais argumentos, números e fatos a seu favor, é violência", afirma o texto.
Também por nota, a coordenação de comunicação da campanha do senador Izalci Lucas afirmou que o grupo não divulgou "qualquer informação a respeito da saúde da deputada". "A orientação do senador Izalci para todos os integrantes de sua pré-campanha é a de respeitar a privacidade das pessoas e manter o debate exclusivamente no campo político-partidário", informa a nota.