Governador de Alagoas se reuniu com Lula um dia antes de ser alvo da PF

Afastado do cargo após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), se encontrou nesta segunda-feira (10) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao Palácio do Planalto.

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De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, o encontro ocorreu em São Paulo. Dantas tem, ainda, uma caminhada com Lula marcada para quinta-feira (13), em Maceió — essa agenda, no entanto, deve ser adiada.

Como o R7 mostrou, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação para cumprir 31 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Paulo Dantas. Não houve mandado de prisão. 

Procurada, a defesa de Dantas afirmou que não teve acesso ao conteúdo da investigação, mas argumenta que a ação tem sido usada com fins políticos, uma vez que o governador é candidato à reeleição e disputa o segundo turno, marcado para o dia 30 de outubro.

"A defesa desconhece o teor, foi uma total surpresa. Mas, com toda certeza, tudo será esclarecido. Principalmente neste momento, especulações estão sendo levantadas para uso político", disse, em comunicado, o advogado Bruno Zeferino.

Pesquisa feita pelo Real Time Big Data, encomendada pela Record TV, aponta Dantas com 47% das intenções de voto, contra 33% do senador Rodrigo Cunha (União Brasil), na corrida pelo Governo do estado. Os números são da abordagem estimulada, em que os nomes são apresentados aos entrevistados.

Operação

Segundo o Ministério Público Federal, os investigados estão impedidos de manter contato entre si e de frequentar os órgãos públicos envolvidos na investigação.

As medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a R$ 54 milhões. Dezenas de imóveis foram objeto de constrição. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça determinou sequestro de bens, afastamento de função pública e outras medidas. Ainda de acordo com o MPF, são apurados crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

Dantas assumiu o governo alagoano em maio deste ano para um mandato-tampão que se encerra em dezembro, depois de uma eleição indireta realizada com os membros da Assembleia Legislativa. Isso porque o então governador, Renan Filho (MDB), e o vice, Luciano Barbosa (MDB) renunciaram aos cargos para concorrer nas eleições.