O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu votos para o atual governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), ainda que o aliado tenha sido afastado do cargo em meio a uma investigação por suspeita de corrupção. Ao lado do emedebista, o atual candidato petista desfilou em um carro de som nesta quinta-feira (13), na praça dos Martírios, em Maceió, e defendeu Dantas, enquanto a Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) se decidia pela manutenção do afastamento.
VEJA A COBERTURA COMPLETA DAS ELEIÇÕES 2022 NA PÁGINA ESPECIAL DO R7
Lula lembrou que faz aniversário três dias antes da votação do segundo turno e pediu como presente aos eleitores alagoanos votos para ele e para Dantas. Mesmo em meio às investigações, o presidenciável afirmou que "jamais deixaria um companheiro no meio do caminho". "Tomei a decisão de vir para mostrar a minha solidariedade, minha confiança e, é claro, que você seja julgado, investigado decentemente", declarou.
O petista ainda lembrou que foi alvo de investigações durante a campanha eleitoral. "Fui condenado para evitar que fosse candidato em 2018", disse, completando que "essa condenação precipitada sua me cheira à minha condenação".
Eu sei o que você está passando. Não sou advogado e não vou me meter. Mas posso dizer que, na minha opinião, todo mundo é inocente até que provem o contrário
1: A urna eletrônica brasileira tem 26 anos
A frase foi dita momentos depois que o próprio candidato pôs em xeque a lisura do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmando que, se eleito, vai proporcionar a quebra do sigilo de cem anos de informações do mandatário. "É através do relatório [da CPI da Pandemia] e da quebra de sigilo que vamos ver quem é honesto nesse país", disse.
Dantas também atacou o atual governo e se defendeu das investigações. Ele se referiu ao caso como uma "grande armação".
Nesta quinta-feira (13), o STJ manteve o afastamento de Dantas, com dez votos a favor e apenas dois votos contrários à decisão da relatora. O processo apura desvios "sistemáticos" de recursos públicos que ocorreriam desde 2019 no governo alagoano.
Nessa terça-feira (11), além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça determinou o sequestro de bens, afastamentos de função pública e outras medidas. São apurados crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.