TSE exige que YouTube retire vídeos em que Lula chama Bolsonaro de 'genocida'
Decisão do ministro Raul Araújo deve ser cumprida dentro de 24 horas e faz referência a um discurso do petista em 20 de julho
Eleições 2022|Do R7, em Brasília
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Raul Araújo exigiu, na noite desta quarta-feira (10), que o YouTube retire do ar sete vídeos em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chama o presidente Jair Bolsonaro de "genocida". Os dois políticos são concorrentes na disputa pelo Palácio do Planalto nas eleições deste ano. A decisão deve ser cumprida dentro de 24 horas.
A determinação do ministro foi emitida após um pedido feito pelo diretório nacional do Partido Liberal (PL), legenda do atual chefe do Executivo nacional.
A defesa do PL solicitou a exclusão do conteúdo tendo como argumento o que chamou de "suposta prática de propaganda eleitoral irregular" por parte de Lula durante um discurso ocorrido em Garanhuns, cidade do agreste de Pernambuco e terra natal do petista, em 20 de julho.
Na representação, os advogados destacam um trecho da fala do ex-presidente. "A gente não imaginava o Minha Casa Minha Vida. O genocida acabou com o Minha Casa Minha Vida e prometeu Casa Verde e Amarela. Eu quero dizer pra ele que vocês vão ganhar essas eleições pra mim e que nós vamos voltar, nós vamos voltar, e que nós vamos voltar a fazer o Minha Casa Minha Vida, mas cada um vai pintar da cor que quiser!"
No argumento da defesa, "o termo 'genocida' não é um adjetivo qualquer, mas sim palavra de conteúdo pejorativo gravíssimo, utilizada para imputar crime contra a humanidade, consubstanciado em extermínio de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso".
Na decisão, o ministro considera que "a palavra ou expressão 'genocida' tem o sentido de qualificar pessoa que perpetra ou é responsável pelo extermínio ou destruição de grupo nacional, étnico, racial ou religioso". "O genocídio é crime e está previsto na lei nº 2.889/1956, que foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988", escreve.
Procurada pelo R7, a defesa do ex-presidente Lula afirmou que ainda não tinha um posicionamento até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para a manifestação.
Defesa aguarda outras exclusões
A decisão do ministro Raul Araújo é apenas uma dentro de um conjunto de sete representações feitas pela defesa do presidente Jair Bolsonaro. Nos outros documentos, também constam trechos de falas de Lula com a palavra "genocida".