Queniano se disfarça de mulher para entrar em campeonato de xadrez
Stanley Omondi alegou que estava enfrentando problemas financeiros e que o prêmio o ajudaria com as dívidas
Hora 7|Matheus Borges*, do R7
Um homem queniano se disfarçou de mulher para participar de um campeonato de xadrez feminino no qual a vencedora receberia o prêmio de 3.000 dólares (cerca de R$ 15 mil). O jogador irregular se registrou com o nome falso de Millicent Awour.
Stanley Omondi, de 25 anos, alegou estar enfrentando problemas financeiros quando resolveu se infiltrar no torneio usando uma burca, vestimenta utilizada por mulheres muçulmanas que deixa apenas os olhos, as mãos e os pés à mostra.
Omondi estava passando despercebido pelos organizadores do torneio, mas, à medida que ia vencendo os jogos com facilidade, foi ganhando destaque entre os participantes. Com isso, as pessoas começaram a reparar que seu calçado parecia ser um modelo masculino, além de ele nunca falar com os juízes ou com outras jogadoras.
Os membros do Chess Kenya afirmam que estavam receosos ao inscrever Millicent, mas não queriam julgar alguém pelo traje religioso. No entanto, quando ele passou por uma adversária forte nas quartas de final, os árbitros o confrontaram e ele rapidamente se entregou.
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"No começo, não tínhamos nenhuma suspeita, porque usar burca é normal. Seria improvável que uma pessoa que nunca jogou em um torneio fosse tão forte. Ele disse que só estava fazendo isso porque tinha dificuldades financeiras e achava que ganhar o título o ajudaria a superá-las", afirmou o presidente do Chess Kenya, Bernard Wanjala, em entrevista à BBC.
A Federação de Xadrez do Quênia, um comitê disciplinar, está atualmente debatendo a punição adequada para Omondi, mas o caso foi encaminhado à Federação Internacional de Xadrez para consideração, e muitos esperam que ele seja banido das competições oficiais por vários anos.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Odair Braz Jr.
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