3I/Atlas: o que se sabe sobre o ‘viajante interestelar’ detectado no sistema solar
Cometa descoberto em julho, que não representa risco à Terra, pode trazer pistas sobre a formação de outros sistemas solares
Internacional|Do R7
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7
Um cometa interestelar – nome dado aos objetos que vêm de outros sistemas –, batizado de 3I/Atlas, foi detectado em julho deste ano cruzando o sistema solar. Esta é a terceira vez que um material de fora da nossa vizinhança celeste passa por aqui.
A passagem do cometa, que não representa ameaça à Terra, tem chamado a atenção dos cientistas. Isso porque ele está revelando características únicas sobre sua própria composição e origem, o que oferece pistas sobre como outros sistemas solares se formam.
Leia mais
O cometa foi descoberto em 1º de julho pelo telescópio Atlas (sigla em inglês para Sistema de Alerta para Impactos de Asteroides), projeto financiado pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, e localizado em Rio Hurtado, no Chile.
O nome 3I/Atlas reflete à origem dele: a letra “I” indica a natureza interestelar (de fora do sistema solar), o número “3” mostra que é o terceiro objeto desse tipo identificado, e “Atlas” homenageia a equipe de pesquisa que o descobriu.
Características únicas
Segundo Jacqueline McCleary, professora assistente de física na Universidade Northeastern, nos EUA, o 3I/Atlas se destacou por emitir luz própria mesmo estando muito distante do Sol, a cerca de 150 milhões de quilômetros.
Normalmente, cometas só começam a brilhar quando estão mais próximos do Sol, onde a radiação solar derrete seus gelos e forma a característica cauda, que nada mais é do que fluxo de gás e poeira visível.
No caso do 3I/Atlas, a formação de uma coma (nuvem gasosa que envolve o núcleo do cometa, como uma protocauda) tão longe do Sol surpreendeu os cientistas.
Observações detalhadas, incluindo dados do famoso Telescópio Espacial James Webb, revelaram que o cometa é rico em dióxido de carbono, com uma proporção de 8:1 de gelo de dióxido de carbono para gelo de água, uma das mais altas já registradas.
“Isso sugere que o sistema de origem do 3I/Atlas pode ter sido muito rico em dióxido de carbono ou passou por processos de radiação que liberaram esse composto”, disse McCleary em um comunicado. Essa composição, segundo ela, oferece um vislumbre das condições existentes em outros sistemas solares.
Trajetória e observações futuras
A Nasa informou que o 3I/Atlas, que deve se aproximar da Terra a cerca de 270 milhões de quilômetros, não representa risco ao nosso planeta.
Segundo a agência, o cometa alcançará seu periélio, o ponto mais próximo do Sol, a 210 milhões de quilômetros, por volta de 30 de outubro deste ano, dentro da órbita de Marte. Por causa disso, será visível aos telescópios apenas até setembro, reaparecendo dois meses depois.
A sonda Juno, da Nasa, que orbita Júpiter, estará em posição privilegiada para observar o cometa quando ele cruzar a órbita do planeta após outubro. “Poderemos ver o que sobrou após grande parte do dióxido de carbono evaporar, o que será muito interessante”, disse McCleary.
Mensageiro de outros sistemas
Embora a origem exata do 3I/Atlas ainda seja incerta, McCleary sugere que ele provavelmente veio da região central e densa da nossa galáxia, a Via Láctea), após uma força que alterou a órbita e o desviou do sistema solar original dele.
Estudar a composição do cometa, segundo os cientistas, pode ajudar a entender como os sistemas solares se formam e por que o nosso é tão único, capaz de sustentar vida.
“É uma janela para o material primitivo de outros sistemas solares, o que é precioso. Isso nos ajuda a refinar nossos modelos e a entender se nosso sistema solar é comum ou raro”, disse McCleary.
Perguntas e Respostas
O que é o cometa 3I/Atlas?
O cometa 3I/Atlas é um cometa interestelar, ou seja, um objeto que vem de fora do nosso sistema solar. Ele foi detectado em julho deste ano e é a terceira vez que um material de origem extraterrestre passa pelo nosso sistema solar.
Qual a importância da passagem do cometa 3I/Atlas?
A passagem do cometa tem atraído a atenção dos cientistas porque ele revela características únicas sobre sua composição e origem, oferecendo pistas sobre a formação de outros sistemas solares. Além disso, ele não representa risco à Terra.
Como o cometa 3I/Atlas foi descoberto?
O cometa foi descoberto em 1º de julho pelo telescópio Atlas, um projeto financiado pela NASA, localizado em Rio Hurtado, no Chile. O nome 3I/Atlas reflete sua origem interestelar e homenageia a equipe de pesquisa que o descobriu.
Quais são as características do cometa 3I/Atlas?
O 3I/Atlas se destacou por emitir luz própria mesmo a uma distância de cerca de 150 milhões de quilômetros do Sol. Normalmente, cometas começam a brilhar quando se aproximam do Sol, mas o 3I/Atlas formou uma coma a uma distância surpreendente.
Qual a composição do cometa 3I/Atlas?
Observações detalhadas, incluindo dados do Telescópio Espacial James Webb, mostraram que o cometa é rico em dióxido de carbono, com uma proporção de 8:1 de gelo de dióxido de carbono para gelo de água, uma das mais altas já registradas. Isso sugere que seu sistema de origem pode ter sido rico em dióxido de carbono.
O cometa 3I/Atlas representa risco à Terra?
A NASA informou que o 3I/Atlas não representa risco ao nosso planeta, pois deve se aproximar da Terra a cerca de 270 milhões de quilômetros. Ele alcançará seu periélio, o ponto mais próximo do Sol, a 210 milhões de quilômetros, por volta de 30 de outubro deste ano.
Quando e como será possível observar o cometa 3I/Atlas?
O cometa será visível aos telescópios apenas até setembro, reaparecendo dois meses depois. A sonda Juno, da NASA, que orbita Júpiter, estará em posição privilegiada para observar o cometa após outubro.
Qual é a origem do cometa 3I/Atlas?
A origem exata do 3I/Atlas ainda é incerta, mas acredita-se que ele tenha vindo da região central da Via Láctea, após uma força que alterou sua órbita e o desviou de seu sistema solar original.
Por que estudar o cometa 3I/Atlas é importante?
Estudar a composição do cometa pode ajudar a entender como os sistemas solares se formam e por que o nosso é único e capaz de sustentar vida. Segundo a professora Jacqueline McCleary, isso oferece uma janela para o material primitivo de outros sistemas solares, ajudando a refinar nossos modelos sobre a formação do sistema solar.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
