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Air France e Airbus serão julgadas por acidente do voo AF-447

Justiça francesa desarquivou processo de homicídio culposo pelo acidente com o voo Rio-Paris em 2009 que matou 228 pessoas

Internacional|Da AFP

Pedaços do avião foram localizados uma semana após o acidente, em junho de 2009
Pedaços do avião foram localizados uma semana após o acidente, em junho de 2009 Pedaços do avião foram localizados uma semana após o acidente, em junho de 2009

O Tribunal de Apelação de Paris (França) ordenou nesta quarta-feira (12) que as empresas Air France e Airbus sejam julgadas por "homicídio culposo" por sua responsabilidade indireta no acidente de 2009 do voo Rio-Paris AF-447, no qual morreram 228 pessoas.

Leia também: Promotores franceses pedem que Air France seja julgada por voo 447

A decisão, que era solicitada pela Procuradoria-Geral e as famílias das vítimas, invalida o arquivamento anunciado em 2019 a favor da companhia aérea franco-holandesa e da fabricante europeia de aviões ao final das investigações.

Os advogados da Airbus anunciaram de maneira imediata que pretendem recorrer ao Tribunal Supremo e denunciaram uma "decisão injustificável".

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"A Air France nega ter cometido uma falha penal que tenha provocado este acidente terrível", declarou o advogado da companhia aérea, Francois Saint-Pierre.

Os parentes das vítimas receberam a notícia com emoção.

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"É uma grande satisfação ter a sensação de que finalmente fomos ouvidos pela justiça", afirmou, emocionada, Danièle Lamy, presidente da associação 'Entraide et Solidarité AF447'.

“Esperei muito tempo por novas notícias, mas o que recebemos é uma notícia ambígua, porque a Air France e a Airbus ainda podem recorrer”, reagiu Nelson Faria Marinho, 77 anos, presidente da associação dos pais das vítimas brasileiras.

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“As vítimas não vão voltar, mas seria uma satisfação se alguém fosse realmente punido”, disse o pai de uma das vítimas.

Uma década de batalha judicial

No dia 1º de junho de 2009, um Airbus A330 que viajava entre Rio de Janeiro e Paris caiu no Oceano Atlântico. Todos os passageiros e integrantes da tripulação — 228 pessoas de 34 nacionalidades diferentes — morreram no acidente, o pior da história da companhia aérea francesa.

As caixas-pretas foram encontradas dois anos depois, a quase 4.000 metros de profundidade.

Em 2019, após uma década de batalhas entre especialistas e a acusação contra a companhia aérea e a fabricante europeia por "homicídio culposo", o MP de Paris pediu um julgamento apenas contra a Air France, por considerar que a empresa "cometeu negligência e imprudência" na formação de seus pilotos.

Mas os juízes de instrução não seguiram a recomendação e pronunciaram um arquivamento geral. Para eles, o acidente foi provocado por uma "combinação de elementos que nunca antes havia acontecido e que, portanto, também revelaram perigos nunca antes percebidos".

As investigações "não levaram à caracterização de uma falha que pode ser atribuída a Airbus ou Air France em relação (...) aos erros de pilotagem (...) na origem do acidente", avaliaram.

Indignados, os parentes das vítimas e os sindicatos de pilotos apelaram, assim como a Promotoria.

Em apoio às partes civis, a Procuradoria-Geral foi ainda mais longe que as exigências do MP de Paris, do qual é superior, ao solicitar o julgamento não apenas da Air France, mas também da Airbus.

Sem minimizar a "causa direta imputável à tripulação", a Procuradoria-Geral considera que é necessário buscar as causas indiretas do acidente em erros cometidos pelas duas empresas: os executivos da Air France "não forneceram a formação e as informações necessárias para as tripulações", enquanto a Airbus "subestimou a gravidade das falhas das sondas de velocidade Pitot" e não atuou de maneira suficiente para corrigir esta falha perigosa.

Nos meses anteriores ao acidente foram registrados vários incidentes do mesmo tipo.

De acordo com as informações dos peritos, o congelamento em voo das sondas de velocidade Pitot provocaram uma perturbação nas medições de velocidade do Airbus A330, o que desorientou os pilotos e eles perderam o controle do avião em menos de quatro minutos.

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