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Após meses de trégua, terroristas Houthis voltam a ameaçar segurança no Mar Vermelho

Rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irã, retomam ataques a navios comerciais, afundam dois cargueiros e sequestram tripulantes

Internacional|Do R7

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Graneleiro Eternity C é afundado após ataques de terroristas Houthis Reprodução/X/@decktvcom

Após um período de sete meses de trégua, os terroristas Houthis, grupo apoiado pelo Irã que controla grande parte do Iêmen, voltaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho, uma das principais rotas do comércio global.

Pelo menos dois cargueiros foram alvos de ataques desde domingo (6), resultando em naufrágios, mortes e sequestros de tripulantes.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Após uma trégua de sete meses, os Houthis retomam ataques a navios no Mar Vermelho.
  • Dois cargueiros foram afundados e tripulantes sequestrados durante os ataques.
  • Os Houthis afirmam que os ataques visam pressionar Israel, embora muitos navios não tenham ligação direta com o país.
  • A reação militar de Israel e a condenação dos EUA destacam a crescente tensão na região e a crise no comércio marítimo.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

No domingo, o cargueiro Magic Seas, de bandeira liberiana e operado por uma empresa grega, foi atacado com mísseis e drones. Os Houthis alegaram que o navio pertencia a uma empresa que “violava a proibição de entrada nos portos da Palestina ocupada”.

A tripulação de 22 pessoas abandonou a embarcação e foi resgatada em segurança por um navio mercante próximo, de acordo com a rede britânica BBC.


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Na segunda-feira (7), o graneleiro Eternity C, também de bandeira liberiana e operado por uma empresa grega, foi o alvo. O navio, que segundo os Houthis se dirigia ao porto israelense de Eilat, foi atacado com granadas propelidas por foguetes, um barco não tripulado e mísseis balísticos e de cruzeiro.

Na manhã de quarta (9), após dias de ataques, a embarcação afundou, de acordo com a Agência Britânica de Operações Comerciais Marítimas (UKMTO).


A Operação Aspides, missão naval da União Europeia no Mar Vermelho, informou que 10 dos 25 tripulantes do Eternity C foram resgatados, incluindo três filipinos e um grego, na noite de quarta-feira.

Quatro tripulantes morreram, entre eles o engenheiro-chefe, um lubrificador e um cadete de máquinas. Estima-se que ao menos seis foram sequestrados pelos Houthis, que afirmaram ter “resgatado” alguns marinheiros, sem especificar quantos ou para onde foram levados.


Contexto dos ataques

Os Houthis iniciaram os ataques no Mar Vermelho em novembro de 2023, após o início da guerra entre o Hamas e Israel, em outubro daquele ano.

Eles afirmam que a campanha procura pressionar o governo israelense a parar o bombardeio em Gaza e permitir ajuda humanitária para os palestinos. No entanto, muitos dos navios atacados não têm ligação direta com Israel, segundo a BBC.

A rota do Mar Vermelho é crucial, por onde passam 12% do comércio marítimo global. Desde o início dos ataques, o tráfego na região caiu 50%, de acordo com a plataforma PortWatch, do Fundo Monetário Internacional e da Universidade de Oxford.

O porto de Eilat, em Israel, considerado essencial para o comércio com Ásia, África e países do Golfo, declarou falência devido à paralisação das atividades, conforme informou o CEO Gideon Golbert ao Parlamento israelense em julho de 2024.

Resposta internacional

Em reação aos ataques, Israel bombardeou alvos dos Houthis no Iêmen, incluindo o porto de Hodeida, no domingo e na segunda-feira. Os rebeldes, por sua vez, afirmaram ter disparado mísseis contra Israel, que interceptou um projétil na quinta-feira (10).

Os Estados Unidos condenaram os ataques, dizendo que eles são uma ameaça à liberdade de navegação e à segurança marítima. A embaixada norte-americana no Iêmen exigiu a libertação imediata dos tripulantes sequestrados, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

A trégua de maio deste ano, mediada por Washington, suspendeu os ataques a navios de guerra dos EUA, mas não incluiu embarcações supostamente ligadas a Israel.

Desde outubro de 2023, os Houthis realizaram mais de 520 ataques, incluindo 176 contra navios comerciais e 155 contra Israel, segundo a Acled, organização especializada na coleta, análise e mapeamento de dados sobre conflitos armados e eventos de violência política em todo o mundo

As operações dos EUA no Iêmen resultaram em 774 ataques aéreos e pelo menos 550 vítimas entre janeiro de 2024 e maio de 2025.

O secretário-geral da Organização Marítima Internacional, Arsenio Dominguez, pediu esforços diplomáticos para conter a nova onda de ataques, alertando que “marinheiros inocentes e populações locais são as principais vítimas”.

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