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Libertação de reféns a conta-gotas não será suficiente para garantir cessar-fogo de Israel

Presidente Joe Biden afirmou que só é possível pensar em um armistício a partir da soltura de todos os israelenses sequestrados

Internacional|Do R7


Idosas mantidas reféns pelo Hamas são libertadas
Idosas mantidas reféns pelo Hamas são libertadas

A expectativa da libertação de 50 israelenses com dupla cidadania feitos reféns pelo Hamas marca o atual estágio da guerra entre o Exército de Israel e o grupo terrorista Hamas. A proposta, oferecida "sem nenhuma contrapartida" pelo grupo terrorista na segunda-feira (23), pode parecer animadora para os israelenses, mas não é suficiente para garantir um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que só é possível pensar em um cessar-fogo a partir do momento em que todos os reféns sequestrados pelo Hamas forem libertados. Ao todo, 218 israelenses estão sob custódia da organização terrorista. O governo dos Estados Unidos, aliado histórico de Israel, teme que a incursão por terra a Gaza adie a libertação dos reféns e por isso pressiona o governo israelense a adiar a operação.

Pouco antes da declaração do presidente, o Hamas informou ter libertado duas idosas feitas reféns por "razões humanitárias e de saúde urgente". As mulheres foram identificadas como Nurit Cooper e Yocheved Lifshitz, de 79 e 85 anos. Na sexta-feira (20), o grupo terrorista já tinha soltado outras duas reféns: Judith Raanan e sua filha, Natalie.

A possibilidade de libertação dos reféns israelenses está na mesa de negociações, com a mediação do governo do Catar. Os mediadores fizeram chamadas urgentes para tentar acelerar e costurar o acordo. Em troca, Israel teria de libertar 36 crianças e mulheres palestinas presas em cadeias de Israel.


Crise humanitária na Faixa de Gaza

Na segunda-feira, um novo comboio de ajuda humanitária do movimento internacional Crescente Vermelho, vindo do Egito, entrou na Faixa de Gaza pela passagem fronteiriça de Rafah. Esta é a terceira leva de ajuda humanitária oferecida ao território palestino, que está sob um "cerco total" imposto por Israel desde o último dia 9 de outubro. A região está privada de produtos básicos para a sobrevivência humana, como água, comida, medicamentos e energia elétrica, além de combustível.

Entidades internacionais advertem que a ajuda oferecida a Gaza até o momento é totalmente insuficiente. A ONU (Organização das Nações Unidas), por exemplo, calcula que seria necessária a entrada de ao menos cem caminhões com ajuda humanitária no território palestino a cada dia. No total, 150 caminhões com ajuda humanitária aguardam autorização para entrar no enclave, e dezenas de pessoas com passaporte estrangeiro, incluindo brasileiros, esperam a abertura da fronteira para chegar ao Egito.


Na segunda-feira, uma agência da ONU alertou para o fato de que o estoque de combustível na Faixa de Gaza está se esgotando, o que pode agravar drasticamente a crise humanitária no território palestino. O economista Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo) estima que a região tenha combustível suficiente para até, no máximo, esta terça (24) ou quarta-feira (25).

"Sem combustível, não haverá água, nem hospitais, nem padarias funcionando. Sem combustível, a ajuda não chegará às pessoas que mais necessitam. Sem combustível, não haverá assistência humanitária", lamentou Lazzarini.


A falta de combustível também vai pôr a vida de 120 bebês em incubadoras em risco. A eletricidade é uma grande preocupação nas sete unidades especializadas da Faixa de Gaza que tratam bebês prematuros, ajudando-os a respirar e fornecendo apoio crítico, por exemplo, quando os seus órgãos estão subdesenvolvidos.

De modo geral, os hospitais da Faixa de Gaza, que enfrentam uma grave falta de medicamentos, combustível e água para milhares de feridos de guerra e pacientes de rotina, estão à beira do colapso. O principal centro hospitalar do território palestino, o Hospital Shifa, com capacidade para 700 pacientes, trata atualmente cerca de 5.000 pessoas, além das 45 mil pessoas deslocadas internamente abrigadas em suas instalações.

O número de mortos na guerra entre Israel e o Hamas chegou a 6.487 na segunda-feira. Palestinos representam 80% das vítimas, e metade delas são crianças e mulheres. O Ministério da Saúde do Hamas divulgou que o balanço de vítimas na Faixa de Gaza desde o início da guerra subiu de 4.651 para 5.087. Do lado israelense, 1.400 pessoas morreram após o ataque-surpresa realizado pelo grupo terrorista em 7 de outubro.

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