Bombardeios dos EUA ao Irã geram reação internacional e temor de escalada global
Após ataques dos EUA ao Irã, ONU alerta para risco de conflito fora de controle; Israel elogia ação e países latino-americanos condenam
Internacional|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

A decisão dos Estados Unidos de atacar instalações nucleares no Irã provocou reações imediatas de líderes e organismos internacionais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou os bombardeios autorizados pelo presidente Donald Trump como uma “escalada perigosa em uma região que já está no limite — e uma ameaça direta à paz e à segurança internacional”. A declaração foi divulgada neste sábado (21) por meio de nota oficial.
Segundo o governo norte-americano, os ataques atingiram três complexos nucleares iranianos nas cidades de Natanz, Esfahan e Fordow. Teerã confirmou que as instalações foram bombardeadas.
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“Há um risco crescente de que este conflito saia rapidamente do controle — com consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo”, alertou Guterres.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também pediu contenção. “A estabilidade deve ser a prioridade. O Irã jamais deve adquirir a bomba. Agora é hora de buscar uma solução diplomática confiável”, afirmou.
Na mesma linha, o chanceler francês, Jean-Noël Barrot, defendeu uma resolução negociada no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear. Já o premiê britânico, Keir Starmer, disse que os EUA tomaram medidas “para mitigar a ameaça” iraniana, mas apelou para que o Irã “retorne à mesa de negociações”.
Entre os poucos apoiadores da ação está o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que elogiou Trump e afirmou que sua decisão “mudará a história”. “O presidente Trump agiu para negar ao regime mais perigoso do mundo as armas mais perigosas do mundo”, declarou.
Na América Latina, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou duramente os bombardeios e alertou para o risco de colapso global. “Este ato incendeia o Oriente Médio e afeta todos nós, inclusive aqui na Colômbia. Precisamos exigir a paz mundial”, declarou.
O governo da Venezuela também se posicionou contra. Em nota, o chanceler Yván Gil afirmou que “a agressão militar dos EUA contra o Irã deve cessar imediatamente” e condenou os ataques como uma violação do direito internacional.
Cuba seguiu a mesma linha. “Condenamos energicamente o bombardeio dos EUA. Trata-se de uma grave violação da Carta da ONU e de um ato que mergulha a humanidade em uma crise de consequências irreversíveis”, escreveu o presidente Miguel Díaz-Canel no X (antigo Twitter).
Outros países, como México, Catar, Emirados Árabes Unidos, Rússia, Itália, Nova Zelândia e Austrália também demonstraram preocupação com a escalada do conflito e pediram diálogo.
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, ironizou: “Trump, que se apresentava como pacificador, agora começa uma nova guerra. Com esse tipo de sucesso, não ganhará o Prêmio Nobel da Paz.”
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