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Chanceler da Bolívia acusa Evo Morales de violar a Constituição

Chefe provisória da diplomacia defendeu a gestão de Jeanine Áñez e descartou completamente a tese de que houve um golpe de Estado no país

Internacional|Da EFE

Chanceler nega que houve golpe de Estado
na Bolívia
Chanceler nega que houve golpe de Estado na Bolívia

A ministra interina das Relações Exteriores da Bolívia, Karen Longaric, criticou Evo Morales na cúpula semestral do Mercosul nesta quinta-feira, acusando o ex-presidente de "violar em flagrante a Constituição", e confirmou o compromisso do país com o processo de integração ao bloco.

"A força moral do povo boliviano o obrigou a deixar a presidência, (Evo Morales) violou em flagrante a Constituição", afirmou Longaric em discurso na cúpula de chefes de Estado do Mercosul na cidade de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

A chefe provisória da diplomacia boliviana defendeu a gestão do governo interino da presidente Jeanine Áñez e descartou completamente a tese de que houve um golpe de Estado no país.

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"Como poderia descrever a situação como golpe de Estado se a Assembleia Legislativa continua funcionando ininterruptamente e recentemente aprovou a convocação de eleições? Não houve uma quebra da constitucionalidade na Bolívia. A renúncia das autoridades se deveu a mudanças pacíficas", comentou.


Longaric citou "as numerosas denúncias" de fraude eleitoral durante os comícios de 20 de outubro e o relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) que revela "uma manipulação dolosa dos votos, alteração e suplantação de registros eleitorais" e "falsificação de assinaturas".

A chanceler interina também expressou que o objetivo agora é "reconciliar o país" e realizar eleições gerais "livres e transparentes", para as quais convidou os países-membros do Mercosul a acompanhar de perto todo o processo.


"A Bolívia terá o processo eleitoral mais livre e transparente de sua história", ressaltou, ao destacar que "o processo de integração do Mercosul" é da "maior importância e prioridade".

"Reafirmar a vontade da Bolívia de contribuir para o aprofundamento do processo de integração do Mercosul e para as próximas reuniões convocadas", disse Longaric sobre o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, ao qual o país andino está em processo de adesão como membro pleno.

Na opinião de Longaric, o Mercosul permite "uma maior integração" e partilha "os princípios, valores e desejos" da Bolívia, que são "a defesa da democracia, o respeito aos direitos humanos e ao Estado de direito, a preservação do ambiente, a tolerância das minorias e a luta contra as desigualdades".

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