A antiga usina nuclear de Chernobyl, ocupada e controlada desde 24 de fevereiro por militares russos, está novamente conectada à rede elétrica, segundo informou nesta terça-feira (15) o diretor-geral da Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Grossi.
Em comunicado, a agência nuclear da ONU confirmou que na usina, onde ocorreu o pior acidente nuclear da história, em 1986, o fornecimento de energia foi restabelecido na tarde de segunda-feira (14), quando os geradores a diesel foram finalmente desligados.
A usina dependia desde 9 de março desses geradores, embora de acordo com a Aiea não houvesse perigo de vazamentos radioativos.
Ainda que a instalação, que não gera mais energia, seja controlada pelo Exército russo, ela continua administrada por pessoal ucraniano, mas sem a possibilidade de troca de turnos entre os funcionários.
Por isso, Grossi alertou que o pessoal técnico e de segurança trabalha "sob enorme estresse sem o descanso necessário" em meio à invasão russa da Ucrânia, iniciada no último dia 24 de fevereiro.
Além disso, o regulador nuclear ucraniano enfatizou que as informações que a Aiea recebe sobre Chernobyl são "controladas pelas forças militares russas". Por essa razão, o órgão regulador ucraniano esclareceu que não pode mais "fornecer sempre respostas detalhadas a todas" as perguntas de especialistas da agência.
Isso também se refere à usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, sob controle russo desde 4 de março. Grossi vem insistindo há dias na necessidade de as duas partes em conflito fecharem um acordo para evitar problemas de segurança nas instalações nucleares da Ucrânia.