Logo R7.com
RecordPlus

Como a Índia tenta escapar da ‘arma tarifária’ de Trump apontada para o Brics

Nova Déli tenta se posicionar como elo de equilíbrio entre os membros do bloco mais críticos aos EUA

Internacional|Do R7

  • Google News
Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em cerimônia oficial no Palácio da Alvorada
Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em cerimônia oficial no Palácio da Alvorada Marcelo Camargo/Agência Brasil

Enquanto o Brasil trava um embate tarifário com os Estados Unidos, a Índia adota uma postura cautelosa para evitar sanções semelhantes do presidente americano, Donald Trump. Embora faça parte do Brics, grupo que o republicano acusa de minar o domínio global do dólar, o governo indiano tenta se distanciar publicamente das pautas mais ácidas adotadas por outros membros do bloco.

Fontes ouvidas pela Bloomberg informaram que a Índia não apoia a criação de uma moeda comum entre os países do Brics e nega qualquer intenção de enfraquecer o papel do dólar como referência global. O país justifica o uso de moedas locais em acordos bilaterais como uma forma de mitigar riscos cambiais, não como parte de uma estratégia de desdolarização.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Índia adota uma postura cautelosa para evitar sanções tarifárias dos EUA durante embates entre Brasil e Trump.
  • O governo indiano distancia-se das críticas ao dólar e rejeita a criação de uma moeda comum entre os membros do Brics.
  • Enquanto Brasil e África do Sul criticam Trump, a Índia evita manifestações públicas sobre as tarifas impostas.
  • A Índia busca ser um ponto de equilíbrio no Brics e se prepara para assumir a presidência rotativa do bloco em 2026.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A postura contrasta com a adotada por Brasil e África do Sul. Ambos criticaram publicamente as falas de Trump contra o grupo, especialmente após a reunião do Brics no Rio de Janeiro, encerrada com um comunicado conjunto que questiona as tarifas comerciais adotadas por Washington.

Em resposta, o presidente americano implementou uma nova rodada de tarifas, incluindo uma taxa de 50% sobre o Brasil, uma das mais altas aplicadas pelo republicano na segunda passagem pela Casa Branca.


A Índia, no entanto, evitou comentários públicos sobre as ameaças de Trump. Em entrevista coletiva, o diplomata indiano P. Kumaran afirmou que o primeiro-ministro Narendra Modi e o presidente Lula não discutiram o tema durante a visita de Estado ao Brasil.

Leia mais:

Segundo autoridades indianas, o país segue atento às movimentações de Trump, mas não vê motivo imediato para preocupação. A avaliação é que a neutralidade cambial e o valor estratégico da Índia como contrapeso regional à China ajudam a blindar Nova Déli de retaliações mais duras.


Para analistas como Mohan Kumar, ex-diplomata indiano e negociador na Organização Mundial do Comércio, a Índia busca se diferenciar dentro do bloco. Ele afirma que o país sempre tratou o comércio em moeda local como questão técnica, sem ligação com uma agenda antiamericana.

Com previsão de assumir a presidência rotativa do Brics em 2026, a Índia tenta se posicionar como elo de equilíbrio entre os interesses dos membros mais críticos aos Estados Unidos, como China, Rússia e Irã.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.