Como drones deixam soldados russos presos e morrendo de fome em ‘rio da morte’
Delta do Dnipro virou uma das frentes mais letais da guerra; russos relatam falta de comida, água e abrigo sob ataque constante
Internacional|Do R7
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Centenas de soldados russos estão presos em uma cadeia de ilhas no delta do rio Dnipro, no sul da Ucrânia, onde enfrentam fome, sede e ataques constantes de drones ucranianos. As informações são dos jornais britânicos The Telegraph e The Sun.
O delta, formado por pântanos e canais estreitos, virou um dos pontos mais perigosos da guerra desde que as forças ucranianas retomaram a cidade de Kherson, em novembro de 2022.
De um lado do rio, a margem direita está sob controle da Ucrânia. Do outro, terras baixas e alagadas permanecem ocupadas por tropas russas. Por causa do terreno alagado e difícil de atravessar, o delta funciona como uma barreira natural entre as forças.
Leia mais
Imagens obtidas pelos veículos mostram grupos de militares russos tentando escapar em pequenos barcos camuflados. Em um dos vídeos, um drone suicida ucraniano identifica a embarcação e a atinge segundos depois, deixando dezenas de mortos na água.
Segundo o The Telegraph, centenas de soldados russos permanecem presos em pequenas ilhas do delta, sem acesso regular a comida, água potável ou munição. Muitos estariam morrendo de fome após semanas isolados.
“O local é uma zona de morte para a Rússia. Não há onde se esconder”, disse o coronel ucraniano Oleksandr Zavtonov, do 30º Corpo de Fuzileiros Navais, ao jornal britânico. Ele afirmou ainda que prisioneiros russos capturados relataram ser obrigados a beber água do rio para sobreviver.
‘Ilhas da morte’
O The Sun descreveu a região como um “cemitério a céu aberto”, onde qualquer movimento das tropas russas pode ser detectado pelos drones ucranianos, que sobrevoam o delta 24 horas por dia.
De acordo com estimativas da inteligência ucraniana citadas pelos jornais, cerca de 5,1 mil soldados russos morreram na área desde janeiro – vítimas de ataques, fome ou afogamento durante tentativas de fuga.
A analista militar Oksana Kuzan, do Centro Ucraniano de Segurança e Cooperação, afirmou que as unidades russas nas ilhas enfrentam sérios problemas de abastecimento e não conseguem realizar trocas de pessoal.
“As condições são extremas. Falta comida, munição e possibilidade de rotação das tropas”, disse Kuzan. Ainda assim, o comandante da Marinha Ucraniana, Dmytro Pletenchuk, disse que Moscou continua enviando homens para as ilhas, mesmo diante das perdas.
“As ilhas, como qualquer outro território da Ucrânia, são importantes. Se você deixar os russos capturarem algum território, eles certamente seguirão em frente. Mas os russos que se estabelecem nas ilhas não sobrevivem por muito tempo”, afirmou ao The Telegraph.
Tentativas frustradas
Os russos tentam usar as ilhas como bases de observação e comunicação para ampliar o alcance de seus drones, segundo o The Telegraph. Mas o terreno pantanoso e a visibilidade limitada tornam qualquer avanço difícil.
“É uma grande área de água; não há onde se esconder, e o terreno é em grande parte pantanoso”, explicou Zavtonov.
Há relatos de que soldados russos precisaram comprar motores e barcos com recursos próprios para tentar escapar. Mesmo assim, muitas embarcações acabam destruídas antes de alcançarem a margem controlada pela Rússia.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
