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Como é o golpe que viralizou nas redes sociais e desviou mais de R$ 93 milhões nos EUA

Fraude em programa de empregos para jovens permitiu saques milionários em caixas eletrônicos em Nova York

Internacional|Do R7

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Golpe em Nova York desviou US$ 17 milhões em três dias, utilizando o programa de empregos para jovens.
  • Cartões de pagamento, que deveriam ser usados para salários, permitiram saques de valores muito altos.
  • Fraude se intensificou após vídeos viralizarem no TikTok, levando muitos a saquearem grandes quantias.
  • Uma investigação está em curso, enquanto autoridades afirmam que jovens foram vítimas de criminosos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Imagem de arquivo mostra cliente utilizando caixa eletrônico Divulgação/Ali Mkumbwa/Unsplash

Um golpe que se espalhou pelas redes sociais, especialmente no TikTok, resultou no desvio de US$ 17 milhões (cerca de R$ 93 milhões) em apenas três dias em caixas eletrônicos de Nova York, nos Estados Unidos.

As informações, publicadas pelo jornal The New York Times, apontam que a fraude está ligada ao Summer Youth Employment Program (SYEP), um programa de empregos para jovens, e envolveu cartões de pagamento que deveriam ser usados apenas para salários semanais.


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O SYEP é o maior programa de empregos juvenis dos EUA, que em 2024 contou com 100 mil participantes, com idades entre 14 e 24 anos. Durante seis semanas, os jovens trabalham em diferentes setores, recebendo até US$ 16,50 por hora, por no máximo 25 horas semanais.

Para aqueles sem conta bancária, os salários são pagos por meio de cartões de pagamento. Cerca de 30 mil desses cartões foram emitidos este ano.


No entanto, o que deveria ser uma ferramenta segura para acessar salários semanais de algumas centenas de dólares se transformou em uma brecha para saques de valores muito maiores.

Segundo dois policiais com conhecimento do caso, ouvidos pelo New York Times, os cartões funcionaram como “torneiras abertas”, permitindo retiradas de US$ 10 mil, US$ 20 mil e até US$ 40 mil por caixa eletrônico.


A fraude começou em 11 de julho deste ano, dia do primeiro pagamento para muitos participantes. Empresas que operam caixas eletrônicos, como a ATM World Corp, começaram a receber alertas sobre saques suspeitos.

“Estudantes ou outras pessoas que tinham os cartões começaram a sacar valores altos, entre US$ 10 mil e US$ 20 mil por vez”, disse Youssef Mubarez, diretor de operações da empresa, ao New York Times.


Apesar do limite de US$ 200 por transação, os usuários insistiam nas retiradas, esvaziando caixas eletrônicos inteiros. Em um caso, um saque de US$ 43 mil foi feito em uma única máquina. A ATM disse que perdeu um total de US$ 400 mil em 15 caixas eletrônicos.

Os saques se intensificaram no dia 12 e só foram interrompidos no domingo, 13 de julho, quando os cartões foram desativados.

Participação das redes sociais

A fraude ganhou força depois que vídeos sobre o assunto viralizaram no TikTok e no Instagram, onde adolescentes e adultos exibiam os saques e incentivavam outros a participar do esquema.

Em um dos vídeos, um homem se vangloriava: “Estamos fazendo pão, estamos imprimindo dinheiro agora. Se você trabalha no SYEP, entre em contato comigo”. Outros usuários, no entanto, alertavam sobre o golpe, tentando conter a disseminação da fraude.

Segundo fontes policiais, alguns jovens venderam seus cartões por até US$ 1 mil, o que ampliou o alcance do golpe.

Uma investigação está sendo conduzida pela agência responsável pelo SYEP e pela Força-Tarefa de Crimes Financeiros do Departamento de Polícia de Nova York, mas ainda não há detalhes sobre como o golpe começou, quantos cartões e caixas eletrônicos foram usados ou quem realizou os saques.

O Departamento de Desenvolvimento Juvenil e Comunitário, responsável pelo SYEP, afirmou que os jovens foram vítimas de criminosos que “exploraram sua inexperiência”.

“Estamos profundamente consternados com os golpistas que se aproveitaram dos nossos participantes justamente quando eles começaram a trabalhar para sustentar a si mesmos e suas famílias”, disse o porta-voz Mark Zustovich ao The New York Times. Ele garantiu que nenhum dinheiro público foi perdido, mas ainda não está claro quem arcará com o prejuízo.

O programa, que desde 2003 utiliza cartões de pagamento para jovens sem conta bancária, incluiu este ano aulas de educação financeira para os participantes, segundo o jornal.

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