Como EUA pretendem construir reator nuclear na Lua antes de China e Rússia
Nasa acelera projeto para instalar reator até 2030 em resposta a China e Rússia, que querem construir usina no satélite até 2036
Internacional|Do R7
RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Os Estados Unidos estão intensificando esforços para construir um reator nuclear na superfície da Lua antes da China e da Rússia, que pretendem operar uma usina no satélite natural até 2036.
O administrador interino da Nasa, Sean Duffy, emitiu uma diretiva na última quinta-feira (30) para acelerar o desenvolvimento e envio de um reator nuclear à Lua. A informação foi noticiada pelo jornal The New York Times.
“Para avançar adequadamente esta tecnologia crítica, apoiar uma futura economia lunar, possibilitar geração de energia de alta potência em Marte e fortalecer nossa segurança nacional no espaço, é imperativo que a agência aja rapidamente”, disse Duffy.
Duffy foi nomeado pelo presidente Donald Trump como secretário de Transportes e chefe temporário da agência espacial dos EUA.
O objetivo é ambicioso: o reator deve gerar pelo menos 100 quilowatts de energia — suficiente para abastecer cerca de 80 residências norte-americanas — e estar pronto para lançamento até o final de 2029.
A Nasa planeja nomear um responsável pelo projeto em até 30 dias e, em 60 dias, emitir um pedido formal de propostas a empresas comerciais interessadas na construção do equipamento, segundo o Times.
Leia mais
Competição com China e Rússia
A pressa dos EUA não é à toa. China e Rússia planejam instalar um reator nuclear na Lua até meados de 2030, como parte de um esforço conjunto para estabelecer uma base lunar permanente.
Duffy alertou que, caso sejam os primeiros, esses países poderiam “declarar uma zona de exclusão” na Lua, limitando as atividades dos EUA.
“Se forem os primeiros, China e Rússia poderiam potencialmente inibir o que os Estados Unidos poderiam fazer lá”, afirmou, segundo o The New York Times.
EUA, China e Rússia são seguidos pela Índia e pelo Japão na corrida para se estabelecer uma presença na superfície da Lua, incluindo planos de assentamentos humanos permanentes.
Por que um reator nuclear?
A energia nuclear é vista como uma solução crucial para superar os desafios da Lua, onde um dia lunar equivale a quatro semanas terrestres — duas semanas de luz solar contínua e duas de escuridão total.
Esse ciclo torna o uso exclusivo de painéis solares e baterias inviável, especialmente na região polar sul, uma área de interesse estratégico para a Nasa e para a parceria sino-russa. Nessa região, o sol nunca está alto no horizonte, e algumas crateras permanecem permanentemente na sombra, dificultando a geração de energia solar.
A ideia de um reator nuclear na Lua não é nova. Em 2022, a Nasa já havia concedido três contratos de US$ 5 milhões a empresas para desenvolver projetos de reatores menores, com capacidade de 40 quilowatts e peso inferior a seis toneladas.
A nova diretiva, no entanto, eleva o escopo e a urgência, exigindo um reator mais potente e um cronograma mais apertado.
O programa Artemis, que marca o retorno da Nasa à Lua com um pouso tripulado previsto para 2027, é considerado otimista por especialistas. Componentes essenciais, como o módulo lunar Starship, da SpaceX, ainda não foram testados em condições reais.
Além disso, o governo Trump tem priorizado voos tripulados, promovendo cortes em áreas como sondas robóticas, pesquisas climáticas e tecnologias de aviação, o que pode limitar os recursos disponíveis, segundo o The New York Times.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
