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Como os EUA responderiam a um ataque nuclear em massa; conheça estratégia

Declarações de ex-ministros e oficiais dão pistas sobre o plano dos EUA em caso de ataque nuclear

Internacional|Do R7

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Meia hora após o disparo dos primeiros mísseis inimigos, o território americano sofreria o impacto Chil Vera/Pixabay

Em caso de ataque nuclear em larga escala contra os Estados Unidos, a resposta americana ocorreria em questão de minutos. Baseada em protocolos desenvolvidos ao longo de décadas e sustentada por sistemas de alerta antecipado, a estratégia inclui desde a detecção dos mísseis inimigos até a decisão presidencial sobre o contra-ataque. Embora os detalhes permaneçam em parte sigilosos, relatos de ex-oficiais, documentos desclassificados e análises de especialistas revelam como se daria essa estratégia.

O processo começaria com a detecção imediata do lançamento inimigo por satélites com sensores infravermelhos, operados pela Força Espacial dos EUA. Em segundos, esses satélites registrariam a intensa emissão de calor gerada pelos motores dos mísseis balísticos intercontinentais. Essa informação seria encaminhada ao Comando Espacial da Força Aérea, ao Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD), ao Comando Estratégico dos EUA (STRATCOM) e ao Centro de Comando Militar Nacional (NMCC) no Pentágono.


Três a quatro minutos após o lançamento, os centros de comando já teriam uma avaliação preliminar. Equipes em Omaha e no Colorado comunicariam o grau de confiança no ataque, com base no número e na origem dos lançamentos. Ainda sem dados precisos sobre os alvos, um nível de confiança médio seria suficiente para acionar a cadeia decisória.

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Cinco minutos após a detecção, o presidente dos Estados Unidos seria notificado. Mesmo que estivesse em trânsito, como a bordo do Air Force One, o chefe do Executivo receberia o alerta por meio de linha segura. Um assessor militar entregaria ao presidente a maleta nuclear, que contém os códigos e as opções de resposta, conhecidas como “livro negro”.


A partir daí, o presidente seria orientado por oficiais de alta patente em uma videoconferência emergencial. O comandante do STRATCOM atualizaria a situação enquanto assessores civis e militares ofereceriam recomendações. Com a confirmação por radares terrestres, aos dez minutos, os sistemas americanos indicariam que os mísseis estão em rota para o território continental. Restariam entre 12 e 15 minutos antes do impacto.

Se o presidente decidir por retaliação, ele usaria o telefone seguro para transmitir a ordem ao Centro de Comando Militar Nacional. A validação exige que o presidente leia os códigos de autenticação contidos no “biscoito”, um cartão pessoal que carrega consigo. A ordem é então convertida em Mensagens de Ação de Emergência e transmitida às forças nucleares. Em aproximadamente 20 minutos após o ataque inicial, mísseis americanos seriam lançados.


Meia hora após o disparo dos primeiros mísseis inimigos, o território americano sofreria o impacto. Regiões como Dakota do Norte, Montana e Wyoming, onde ficam os campos de silos de ICBMs, seriam os primeiros alvos. Mesmo que os mísseis americanos já tivessem sido lançados, milhões de civis morreriam instantaneamente. Washington, D.C. também poderia ser atingida, com consequências devastadoras.

Modelos desenvolvidos por especialistas indicam que uma detonação nuclear na capital americana mataria mais de 500 mil pessoas de imediato, geraria incêndios em larga escala e liberaria precipitação radioativa que se espalharia por centenas de quilômetros. Áreas inteiras se tornariam inabitáveis. Dependendo dos ventos, a radiação poderia atingir cidades como Nova York.


Cerca de 45 minutos após o lançamento inicial, mísseis dos EUA alcançariam os alvos inimigos. Centros de comando, silos de mísseis, bases navais e instalações estratégicas do país adversário seriam atingidos. A resposta americana se daria mesmo sem saber exatamente quantos sobreviventes restariam em solo americano.

Além da destruição em massa, a fuligem das explosões poderia bloquear a luz solar por meses, levando a um inverno nuclear. Especialistas alertam que, nesse cenário, a sobrevivência da civilização estaria em risco.

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