Como um terremoto pode formar um tsunami? Entenda
Terremoto de magnitude 8,8 na costa da Rússia gera tsunami que atinge regiões do Japão e Havaí e coloca América Latina em alerta
Internacional|Do R7
RESUMO DA NOTÍCIA
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Um terremoto de magnitude 8,8 abalou a costa da Rússia na noite de terça-feira (29) e desencadeou um tsunami que atingiu regiões do Japão e do Havaí e colocou diversos países do Pacífico, incluindo na América Latina, em alerta. Mas como um terremoto pode causar um tsunami?
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Para entender como um terremoto pode gerar um tsunami, é preciso conhecer o funcionamento das placas tectônicas, que compõem a superfície da Terra.
Essas placas são como peças de um quebra-cabeça gigante, feitas de rocha sólida, que estão em constante movimento. Nos limites entre elas, onde se encontram, o atrito faz com que as placas “se prendam” umas às outras, acumulando energia ao longo do tempo.
Quando essa energia acumulada é liberada, as placas deslizam repentinamente, causando um terremoto. Se esse tremor ocorre no fundo do oceano, como no caso do terremoto na Rússia, ele pode deslocar o leito marinho, empurrando ou abaixando grandes quantidades de água acima dele.
Esse movimento brusco da água cria ondas que se propagam pelo oceano, formando um tsunami.
Por que nem todo terremoto causa um tsunami?
Nem todos os terremotos geram tsunamis. Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos EUA, três fatores principais determinam se um terremoto pode desencadear um tsunami:
- Magnitude: terremotos com magnitude superior a 7,0 têm maior probabilidade de gerar tsunamis. No caso da Rússia, a magnitude de 8,8 foi suficiente para causar um impacto significativo;
- Profundidade: terremotos rasos, a menos de 100 km da superfície, são mais propensos a deslocar o fundo do oceano. O tremor na Rússia ocorreu a apenas 19,3 km de profundidade; e
- Localização: terremotos próximos ou sob o oceano, especialmente em zonas de subducção (onde uma placa tectônica desliza sob outra), são os mais propensos a gerar tsunamis.
No caso do terremoto desta terça-feira, ele ocorreu em uma zona de subducção no Pacífico, onde uma placa tectônica é forçada a deslizar sob outra, criando as condições ideais para um tsunami.
O que caracteriza um tsunami?
Diferentemente das ondas comuns, que são causadas pelo vento, os tsunamis são ondas longas e poderosas, desencadeadas pelo deslocamento de grandes volumes de água.
Elas não precisam ser muito altas – as ondas deste tsunami, por exemplo, variaram de 1 a 5 metros – mas têm um comprimento de onda (a distância entre uma crista e outra) que pode chegar a centenas de quilômetros.
Isso faz com que se movam a velocidades impressionantes, alcançando até 800 km/h no fundo do oceano, algo semelhante à velocidade de um avião a jato.
Quando essas ondas se aproximam da costa, elas diminuem de velocidade, mas aumentam de altura, podendo causar inundações devastadoras.
É por isso que, mesmo com alturas relativamente baixas, como 1,3 metro no Japão, os tsunamis podem causar grandes prejuízos.
O que se sabe sobre o terremoto desta terça
O epicentro do terremoto foi registrado a 125 km a sudeste de Petropavlovsk-Kamchatsky, uma cidade de 165 mil habitantes na Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia.
O tremor, que ocorreu a 19,3 km de profundidade no Oceano Pacífico, foi o mais forte desde 2011, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
A localização rasa e a alta magnitude do tremor contribuíram para a formação de um tsunami que se propagou pelo oceano, atingindo países a milhares de quilômetros de distância.
Na Rússia, ondas de 3 a 5 metros inundaram a Península de Kamchatka e as Ilhas Curilas. Em Severo-Kurilsk, portos foram destruídos, e em Yelizovo, instalações de processamento de pescado e até um jardim de infância sofreram danos. Mais de 2.000 moradores foram evacuados, com relatos de feridos leves.
No Japão, ondas de até 1,3 metro atingiram o norte do país, levando à evacuação de cerca de 1,9 milhão de pessoas em 21 cidades costeiras. No Havaí, uma onda de 1,74 metro foi registrada, e áreas costeiras foram evacuadas por precaução.
Além disso, países como Chile, Equador, Peru, Colômbia, México e outras nações da América Central estão sob alerta para ondas que podem variar de 1 a mais de 3 metros, segundo o Sistema de Alertas de Tsunami dos EUA.
Especialistas alertam que a primeira onda de um tsunami nem sempre é a mais perigosa. Um terremoto de magnitude 8,8, como o registrado, pode gerar ondas que continuam a se propagar por horas, ou até pelo dia seguinte.
Por isso, as autoridades mantêm os alertas ativos e recomendam que a população em áreas costeiras siga as orientações de evacuação.
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