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Conheça o arsenal americano que está nas mãos do Talibã

Governo dos EUA concluiu a retirada de militares, mas deixou aviões, helicópteros, armas, munição e até drones no país asiático

Internacional|Pablo Marques, do R7

Membros do Talibã em um veículo blindado deixado pelos EUA no Afeganistão
Membros do Talibã em um veículo blindado deixado pelos EUA no Afeganistão Membros do Talibã em um veículo blindado deixado pelos EUA no Afeganistão

Durante 20 anos os EUA ocuparam o Afeganistão e enviaram para o país todo o tipo de equipamento necessário para formar um exército local e impedir que o Talibã, grupo extremista que ficou no poder de 1996 até 2001, voltasse a controlar o território afegão.

No início do mês, o grupo aproveitou o momento de retirada das tropas estrangeiras e realizou uma ofensiva que dominou as principais cidades e chegou à capital Cabul em apenas 10 dias. O resultado dessa ação foi concluída na segunda-feira (30), quando o último militar norte-americano embarcou de volta para os EUA

O Talibã assumiu o controle do Afeganistão e também toda a estrutura militar deixada pelos quatro últimos presidentes norte-americano começando com George W. Bush, passando por Barack Obama, Donald Trump e chegando ao atual mandato de Joe Biden. Estima-se que o conflito custou aos cofres norte-americanos US$ 2 trilhões, cerca de R$ 10,4 trilhões. 

De acordo com o relatório divulgado da Special Inspector General for Afghanistan Reconstruction (Sigar), a Força Aérea do Afeganistão tinha 177 aeronaves entre aviões e helicópteros. Eram, por exemplo, 53 UH-60 Black Hawk e 26 Super Tucano, produzidos pela brasileira Embraer.

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Apesar da grande quantidade de aeronaves que foi levada ao Afeganistão, nem tudo está à disposição do Talibã. Assim que o governo afegão caiu, militares voaram para países vizinhos para fugir. O Uzbequistão forçou o pouso de 22 aviões e 24 helicópteros com mais de 580 soldados no dia seguinte da tomada de Cabul. Além disso, os militares norte-americanos inutilizaram as aeronaves que foram deixadas para trás.

Dias após o Talibã dominar o Afeganistão, já existia um temor sobre como os extremistas iriam administrar esses equipamentos e cogitou-se que as aeronaves poderiam ficar sem uso pela falta de pilotos. Um vídeo do momento em que um membro do grupo tenta voar com um helicóptero circulou pela internet dias depois.

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“Alguém pode entrar lá, talvez encontrar alguns manuais de operação e descobrir como dar partida no motor e colocá-lo no ar”, disse Bradley Bowman, um ex-piloto do Black Hawk à NPR. "Mas eles provavelmente representariam um perigo maior para eles próprios do que para qualquer outra pessoa nesse ponto."

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Só no último trimestre os Estados Unidos forneceram ao exército afegão mais de US$ 212 milhões em equipamento militares, incluindo 174 M1151 HMMWVs, conhecidos como Humvees, a um custo total de US$ 41 milhões. Segundo dados do Sigar, mais de 3 mil Humvees foram levados para o Afeganistão só entre 2017 e 2021. 

Entre 2002 e 2017, os Estados Unidos desembarcaram em território afegão cerca de US$ 28 bilhões em armamentos, como armas, foguetes, óculos de visão noturna e até pequenos drones para coleta de inteligência.

Munição deixada pelos EUA no aeroporto de Cabul
Munição deixada pelos EUA no aeroporto de Cabul Munição deixada pelos EUA no aeroporto de Cabul

Segundo a agência de notícias Reuters, as forças armadas afegãs receberam pelo menos 600 mil armas de infantaria, incluindo fuzis automáticos M16, 162 mil itens de equipamento de comunicação, 16 mil óculos de visão noturna e 25 mil lança granadas. Agora membros do grupo talibã ostentam essas armas pesadas pelo país. 

Se não faltam armas, também não faltam munições para serem disparadas. No último trimestre, os EUA levaram quase um milhão de unidades de .50 ao custo total de US$ 2,3 milhões. 

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