A Coreia do Norte enviou cerca de 3.000 soldados adicionais para a Rússia em apoio à guerra contra a Ucrânia, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (27) pelo exército sul-coreano, que monitora o país vizinho.Há exatamente um mês, o Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coreia do Sul disse que o regime de Kim Jong-un havia fornecido mais tropas para apoiar Vladimir Putin no conflito, mas não especificou o tamanho do contingente.Esta é a segunda onda significativa de mobilização de soldados norte-coreanos para a guerra. Segundo o Estado-Maior Conjunto do Sul (JCS), os militares foram enviados entre janeiro e fevereiro. Eles se juntam aos outros 11 mil combatentes destacados desde outubro do ano passado.O exército sul-coreano estima que cerca de 4.000 desses soldados já foram mortos ou feridos em combate, a maioria na região russa de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, onde muitos deles foram alocados.O Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coreia do Sul atribui as pesadas baixas norte-coreanas à falta de experiência das forças de Kim Jong-un em ataques de drones, que marcam o conflito.Ainda assim, o NIS reconhece que as tropas da Coreia do Norte têm adquirido experiência em táticas e operações com drones. Há indícios de que o país pode estar recebendo tecnologia da Rússia como contrapartida ao envio de soldados.O JCS também disse que a Coreia do Norte continua a fornecer mísseis, munição e equipamento de artilharia para a Rússia, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap. As armas são usadas por Putin no conflito, dizem especialistas da Ucrânia e do Ocidente.Entre os armamentos, há “uma quantidade considerável de mísseis balísticos de curto alcance e cerca de 220 peças de obuses autopropulsados de 170 milímetros e lançadores de foguetes de 240 mm”, segundo o JCS.Na última sexta-feira (21), Kim Jong-un reafirmou o apoio “invariável” de seu regime à Rússia na guerra contra a Ucrânia durante um encontro com Sergei Shoigu, Secretário do Conselho de Segurança russo, em Pyongyang.Na reunião, os dois países conversaram sobre questões de segurança relacionadas aos interesses de ambos os países, além de assuntos regionais e globais. Segundo a KCNA, agência estatal norte-coreana, houve consenso entre as partes sobre os temas discutidos.Kim Jong-un disse que é “a opção firme e a vontade resoluta” da Coreia do Norte continuar apoiando a Rússia na defesa de sua soberania nacional, integridade territorial e interesses de segurança.Especialistas ouvidos pela agência de notícias sul-coreana Yonhap sugerem que Shoigu pode ter viajado ao país para explicar a posição de Moscou sobre um possível cessar-fogo na guerra na Ucrânia e discutir o que Pyongyang receberia em troca do envio de tropas à Rússia.