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Rússia usa soldados norte-coreanos como ‘detectores de minas humanos’ na guerra da Ucrânia

Militar ucraniano diz que soldados da Coreia do Norte são distribuídos na região russa de Kursk até serem explodidos um após o outro

Internacional|Do R7

Filmagem de drone russo durante ataque a soldado norte-coreano Reprodução/Forças de Operações Especiais da Ucrânia

Soldados norte-coreanos enviados para apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia estão sendo obrigados a atravessar campos cheios de armadilhas e explodir como “detectores de minas humanos”. É o que diz um comandante do exército ucraniano.

Em entrevista ao jornal britânico The Times, o tenente-coronel “Leopard”, do 33º Regimento de Assalto ucraniano, disse que os soldados de Pyongyang são distribuídos pelo campo de batalha da região russa de Kursk até serem explodidos um após o outro.

“Os norte-coreanos têm uma estratégia de ‘moedor de carne’. Onde os ucranianos usam um veículo de limpeza de minas, eles usam apenas pessoas”, afirmou.

“Eles simplesmente andam em fila única, a três ou quatro metros um do outro. Se um deles explodir, os médicos vão atrás para recolher os mortos. A multidão continua, um após o outro. É assim que eles passam pelos campos minados”, acrescentou.


Em dezembro, um alto militar dos Estados Unidos afirmou que “centenas” de soldados norte-coreanos lutando junto das forças russas contra a Ucrânia foram mortos ou feridos durante um confronto em Kursk.

As forças do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ocupam parte daquela região, que faz fronteira com a Ucrânia, desde uma ofensiva lançada em agosto, apesar das várias tentativas do exército russo de expulsá-las.


O tenente-coronel disse que os soldados enviados por Kim Jong-un muitas vezes se recusam a ser capturados vivos, preferindo ser mortos em batalha ou simplesmente fugir enquanto seus comandantes permanecem imperturbáveis.

Soldados norte-coreanos correm em campo aberto em Kursk, na Rússia Reprodução/Forças de Operações Especiais da Ucrânia

Filmagens de drones feitas no mês passado mostram a tática do “moedor de carne russo” em ação. As imagens são de soldados norte-coreanos correndo em direção à linha de frente ucraniana em um campo de batalha aberto e coberto de neve.


Sem experiência com drones

Os EUA estimam que 12 mil soldados norte-coreanos foram enviados para lutar pela Rússia. Cerca de 4 mil deles já foram mortos em combate, de acordo com Zelensky. As pesadas baixas podem estar relacionadas à falta de experiência das forças de Kim Jong-un em ataques de drones, que marcam o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Combatente da Coreia do Norte olha para um drone russo durante guerra da Ucrânia Reprodução/X/@nexta_tv

Historicamente, as forças especiais da Coreia do Norte treinam principalmente para missões de sniper, guerra urbana e infiltrações através das cadeias montanhosas que cercam o país. “Os Storm Corps não treinaram o suficiente para drones e guerra de trincheiras travadas em terrenos como a linha de frente, quase aberta e plana”, disse Doo Jin-ho, analista sênior do KIDA (Instituto Coreano de Análises de Defesa), em entrevista ao jornal The New York Times.

Laços militares

Em novembro, Putin e Kim Jong-un se reuniram na capital norte-coreana Pyongyang e assinaram pactos de defesa mútua. Desde o encontro, os líderes aprofundaram parcerias estratégicas e tratados militares.

A Coreia do Norte tem 1,28 milhão de soldados, uma das maiores Forças Armadas do mundo, mas carece de experiência em combate. Muitos especialistas questionam se o envio de tropas de Pyongyang ajudaria a Rússia na guerra, citando a escassez de experiência e o equipamento desatualizado.

Pyongyang forneceu mais de 13 mil contêineres de munições, armas e mísseis para a Rússia desde agosto de 2023. Nos últimos anos, governos dos Estados Unidos e Coreia do Sul acusaram a Coreia do Norte de fornecer armamento para a Rússia desde o início da guerra. Moscou e Pyongyang negam as acusações.

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