As autoridades da Coreia do Norte estão conduzindo inspeções rigorosas nos quartéis de todo país após descobrirem que um militar utilizou armas do arsenal para caçar javalis. O armamento teria saído dos galpões da defesa civil, uma unidade militar composta por reservistas do país. A informação foi divulgada por fontes internas da ditadura de Kim Jong-un, segundo a Rádio Free Asia.O incidente teria ocorrido em fevereiro e, embora a prática de uso não autorizado de armamentos para caça não seja incomum, o governo norte-coreano está tratando o caso como uma potencial ameaça à segurança nacional e à estabilidade da liderança do país. “O caso foi levado diretamente às instâncias superiores, e inspeções estão sendo realizadas em arsenais em todo o território”, afirmou um oficial do Partido dos Trabalhadores da Coreia na província de Pyongan do Norte, sob condição de anonimato à RFA. Na Coreia do Norte, as unidades de defesa civil são compostas por reservistas que já serviram no exército, onde o alistamento é obrigatório para homens e mulheres fisicamente aptos. Os arsenais dessas unidades armazenam armas utilizadas em treinamentos militares.Os primeiros resultados da investigação revelaram um problema mais grave do que o esperado, com um volume significativo de armas e munição desaparecido da unidade de defesa civil envolvida no caso. “Esta é uma questão extremamente sensível para a segurança do sistema estatal e da liderança suprema”, declarou uma segunda fonte, localizada na província de Yanggang.Ainda não está claro se o líder da unidade envolvido na caça foi punido, mas a expectativa é de que receba uma penalidade severa.No passado, situações semelhantes ocorriam com certa frequência, de acordo com fontes locais. “Era comum que oficiais da defesa civil utilizassem armas de treinamento para caçar veados e javalis”, disse uma das fontes. Segundo ela, problemas relacionados à perda e ao gerenciamento de munição já eram recorrentes nos arsenais das unidades compostas pelos chamados Guardas Vermelhos, que incluem trabalhadores, camponeses e estudantes a partir dos 15 anos de idade.A investigação segue em andamento, com reforço na fiscalização dos arsenais militares em todo o país.